08/10/2021
Comprar um terreno e construir a casa própria é o sonho de muitas pessoas, pois ter uma residência confortável torna a vida mais agradável. O espaço adequado às necessidades da família oferece segurança e tranquilidade para cada fase da sua história. “Quando você compra um terreno para construir uma casa lá você vai construir o teu sonho, a família vai morar neste lugar por no mínimo 30 anos, é o local onde vai criar sua família, terá suas raízes ali, seja casa ou apartamento. Por isso, o meu foco de trabalho é a construção de casas”, afirma Sandra Cristina Glinski, engenheira civil que atua na projeção, execução e finalização de projetos de obras residenciais e comerciais, além da regularização de documentos de terrenos.
Diante da importância da moradia na vida das pessoas, não basta pensar somente no conforto, é preciso se atentar para a segurança e legalização do terreno e da residência. Para isso, a engenheira explica quais são os documentos que o proprietário de um terreno/casa precisa ter, áreas onde a construção não é segura e como seguir as normas ideais para a construção civil. “Um terreno não pode ter somente um documento de posse, tem que ter uma escritura registrada em cartório para ser válido”, informa Sandra.
Outra situação, especialmente em Irati, é a de proprietários de terrenos próximos ao rio. Mesmo que eles possuam a documentação, a Legislação Federal Ambiental não permite construções a menos de 30 metros do rio. “Dependendo das enchentes, o rio vai mudando seu curso, por isso não dá para construir perto, porque vêm as enchentes e levam tudo, nesses 30 metros tem que deixar a vegetação, não pode impermeabilizar esse espaço, é uma questão de segurança”, pontua a engenheira.
Ela também cita casos de pessoas que compram esses terrenos devido ao preço baixo, na intenção de construir, sem consultar um especialista, o que pode causar grandes prejuízos no futuro. “Tudo o que você levou anos para construir a água leva num instante. Ninguém manda na natureza, então tem que respeitar”, frisou Sandra.
Em algumas áreas não é seguro construir mesmo que estejam temporariamente secas, são os chamados ‘terrenos de várzea’. “Um terreno de várzea alaga com a chuva, temos como exemplo o local onde foi construído o Parque da Vila São João, lá é um terreno de várzea, tinha um campo de futebol que quando chovia não dava para jogar, agora foram feitos lagos que têm função de retardar a água e evitar os alagamentos no centro da cidade”, explica a engenheira.
Antes de fazer a compra de um terreno/casa a profissional aconselha que as pessoas procurem um engenheiro civil ou um arquiteto para conferir se o imóvel é regularizado e seguro para construir/morar. A matrícula de terrenos é pública, basta ir a um cartório para saber se não está penhorado ou bloqueado por alguma razão.
Outra orientação de Sandra é quanto à construção de casa em terreno de parente. “É preciso autorização do dono do terreno com firma reconhecida. Pois está investindo em área que não tem domínio, o dono real pode vender sem aviso, o terreno pode ser penhorado, ou qualquer outro contratempo”, alerta.
Habite-se e conclusão da obra
Quando a construção da residência está finalizada o proprietário precisa ir em busca do documento chamado de habite-se, que é uma liberação da prefeitura, que irá avaliar a obra e o projeto diante das normas sanitárias. “O responsável pelo habite-se vai verificar, por exemplo, se a porta do banheiro não é virada para a cozinha ou área de refeição por conta das bactérias; também se a lavanderia e a cozinha são impermeabilizadas, essas e outras exigências serão avaliadas para conferir se o que estava no projeto se concretizou na obra”, ressalta Sandra.
Depois de conseguir o habite-se, o proprietário deverá ir em busca da conclusão da obra, que consiste em prestar contas à Receita Federal de todo o dinheiro gasto. “Um conselho que eu dou é que compre tudo com o mesmo CPF, de preferência do dono do terreno, para que no final da obra tenha que pagar menos imposto”, orienta a engenheira. Ela também recomenda que a pessoa que está construindo solicite ao pedreiro notas fiscais de mão de obra, o que também diminui o valor dos impostos.
Ter a casa regularizada – com escritura, habite-se e conclusão – permite que esta casa seja financiada. Os moradores que já têm uma construção e ainda não é regularizada podem procurar um profissional da área, que irá providenciar a legalização junto à prefeitura.
Atuação e contato
O foco de trabalho da engenheira civil, Sandra Cristina Glinski, são residências pequenas. Ela explica que quando o cliente contrata seu serviço o primeiro passo é conhecer o terreno e verificar junto à legalização; na sequência, a engenheira tem contato com todos que irão morar na casa, faz o projeto, apresenta alguns modelos e, depois de aprovado pela família, vai em busca da liberação da prefeitura; após autorizar a construção é feito o acompanhamento direto até a obra estar coberta. “Acompanho a obra até que seja concluída. A parte do habite-se e conclusão, por gerar mais taxas e o orçamento estar pequeno, esse serviço é feito mais tarde”, explica Sandra.
A engenheira cresceu vendo seu pai, que foi comerciante, construindo casas para si e para os familiares. “Tive dificuldades em convencer a família a me deixar cursar engenharia, na época não era uma profissão para mulheres”, conta. Mas hoje ela afirma que não há distinção e que é respeitada em todos os lugares. “Entrei na faculdade de Engenharia Civil com 35 anos, depois que minha filha estava grande, e já são 11 anos de formada. Gosto de ver o brilho nos olhos das pessoas quando veem o projeto e depois na hora da entrega”, finaliza Sandra.
O escritório de Sandra Glinski fica em Irati, na Rua 19 de Dezembro, 681. Telefones com WhatsApp: (42) 99928-7659 e (42) 99137-4895 ou e-mail: sandra.glinski@gmail.com
Texto: Cibele Bilovus/Hoje Centro Sul
Fotos: Arquivo Pessoal