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Consciência Negra: Combate ao racismo é uma responsabilidade de todos

19/11/2021

Consciência Negra: Combate ao racismo é uma responsabilidade de todos

Neste sábado, 20 de novembro, é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares que é considerado um exemplo de luta pelos direitos dos afro-brasileiros. Durante a semana da Consciência Negra, instituições educacionais e culturais promovem atividades com o objetivo relembrar a história dos africanos no Brasil, mostrar a participação deles na formação da sociedade atual e combater o racismo e as desigualdades sociais.

Para envolver a população de Irati nesta conscientização, o grupo Muzenza organizou um encontro de rodas de Capoeira que acontece sábado (20), com início às 16h, no Parque Aquático. O objetivo da manifestação cultural é mostrar que a luta dos antepassados não foi em vão, pois hoje, os negros têm liberdade para estudar, trabalhar e se expressar. “Muitos tiveram que morrer em cativeiros para que nós tivéssemos liberdade. Hoje podemos realizar nossos sonhos assim como todas as pessoas. A Consciência Negra é para mostrar o sofrimento, mas também a vitória”, conta Joel Gonçalves Batista, um dos organizadores do evento e instrutor de Capoeira.

O encontro conta com apresentações de grupos de outros municípios, como São Mateus do Sul, Ponta Grossa, Imbituva, Curitiba, além do grupo organizador. “Nosso evento visa mostrar para as pessoas que a Capoeira é para todos. Pois é de grande importância que as pessoas conheçam um pouco da nossa arte e da nossa cultura. A Capoeira conta muito sobre a nossa história, abrangendo todos os públicos”, explica Leandro Muller Boza, que pratica Capoeira há 23 anos e também é um dos organizadores do encontro.

Pedro Henrique Silva Belo, de 15 anos, pratica Capoeira desde 2017 e relata o sentimento de responsabilidade diante do combate a todos os tipos de preconceito. “Escrevi um Rap para informar sobre o racismo. A gente, que tem essa visão mais avançada, pode ensinar as gerações futuras, isso pode mudar muita coisa no mundo. Ensinar as crianças a respeitar as pessoas, não só pela cor, mas sim em todas as diferenças, porque acredito que ninguém é igual a ninguém, e nem deve ser assim”, frisou o garoto.

Consciência Negra nas escolas

Desde 2003, com a criação da Lei 10.639, tornou-se obrigatória a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar, principalmente nas aulas de Arte, Literatura e História. O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati (Ceebja) realizou várias ações referentes à Consciência Negra e a diretora, Vanessa Cristina Horstch, fala a respeito do papel das escolas diante desta temática.  

“A escola é protagonista na construção de uma nova cultura que possibilite a superação de preconceitos, questões étnico-raciais precisam estar presentes no cotidiano escolar e serem trabalhadas de forma efetiva. O combate ao racismo e ao preconceito deve ser colocado em evidência para um mundo mais harmônico e sociável”, disse Vanessa.

Professores e alunos decoraram o ambiente da instituição ressaltando as cores dos países africanos; confeccionaram cartazes com poemas, pensamentos, histórias de pessoas negras destaques no esporte, arte e cultura; fizeram bonecas Abayomi, maquetes e teatros; também participaram de palestras e exposição de plantas medicinais e de objetos origem indígena como cestos e panelas.

“Fizemos ações que exercitam a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, promovendo o respeito ao próximo e aos direitos humanos. As atividades foram pensadas para valorizar a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”, pontuou a diretora do Ceebja.

Capoeira

Capoeira é luta, jogo, música, esporte e faz parte da cultura brasileira, sendo espaço de inclusão para todos.  “A Capoeira é um ato de resistência por estar onde está hoje, comparando com o que foi no passado. Ela não vê as pessoas pela sua cor, ela vê apenas como pessoas”, disse o capoeirista Leandro Muller Boza.

Mas ainda há preconceitos em relação à Capoeira, de acordo com o praticante deste esporte, Joel Gonçalves Batista. “O pessoal acha que Capoeira é religião, alguns falam que é ‘coisa de preto’, ‘coisa de quem não tem o que fazer’, mas quando essas pessoas descobrem o que realmente é e o que ela traz de benefícios, logo mudam de ideia”, informou.

A prática da Capoeira pode ser iniciada a partir dos três anos de idade, até a idade que desejar. A atividade pode proporcionar agilidade, disposição, emagrecimento, fortalecimento da musculatura, além de melhorar os reflexos corporais, saúde física e mental.

Texto: Cibele Bilovus/Hoje Centro Sul

Fotos: Divulgação

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