Conheça histórias curiosas e emocionantes dos profissionais que lidam com a morte todos os dias

Por Redação 4 min de leitura

Essas pessoas enfrentam não apenas a dor da perda diariamente, mas também a responsabilidade de oferecer conforto e dignidade a familiares enlutados. E em meio a tudo isso, histórias curiosas e inusitadas também fazem parte da rotina de trabalho

O feriado de Finados, celebrado anualmente em 2 de novembro, é um momento de tradição e reverência, no qual familiares e fiéis se reúnem na lembrança aos entes queridos que já partiram. A data é marcada por orações, visitas a cemitérios e gestos de carinho e memória. Por outro lado, a data também revela o cotidiano daqueles que lidam com a morte todos os dias: os coveiros e agentes funerários. São pessoas como os coveiros Pedro Kowalski e Rosa Boguchevski e as equipes da Funerária Irati e da Assistência funeral Vida Luz. Eles trazem reflexões sobre um trabalho que, embora marcado pelo luto, também é repleto de amor e fé, além de muitas curiosidades.

👉 ​Receba as notícias do Hoje Centro Sul no seu celular

Um ofício para poucos

Pedro Kowalski é coveiro há 28 anos e começou a trabalhar no Cemitério Municipal de Irati por acaso, quando foi contratado para uma reforma. “Eu trabalhava na construção civil, daí um dia vim fazer uma reforma e acabei ficando. Hoje eu só estou aqui porque eu amo o que eu faço, sabe? Tenho muito amor pelo que eu faço”, afirma Pedro, que junto com sua esposa, Rosa Boguchevski, dá apoio às famílias.

Rosa já atua lavando capelas há 12 anos. Há quase três, decidiu também ser coveira. “Não tive problema em começar, porque eu via o meu esposo fazendo e eu tinha muita vontade de aprender. Eu gosto muito de estar junto com as pessoas nesse momento, porque eu consigo, de uma forma ou de outra, estar ajudando com alguma palavra, independentemente de religião. A gente atende todos da mesma forma, porque todos são filhos de Deus”, conta Rosa.

Ela destaca a importância do carinho e da compreensão em seu trabalho. “Quando alguém falece, ligam para a gente e fazemos o enterro; fazemos a exumação quando precisa; e ainda dou uma palavra de conforto para a família”, ressalta.

E esse espírito de união e acolhimento não se limita apenas ao relacionamento com os enlutados, mas também à equipe, que Rosa define como uma família. “Nós temos os rapazes da administração, o Paulo Roberto Vieira e o Alberto Schereda, que são pessoas boas, e trabalhamos com as funerárias também, somos uma família só”, afirma.

Desafios de enfrentar o luto

Embora o trabalho dos coveiros traga histórias de fé e solidariedade, também há momentos que deixam marcas profundas. Pedro, que já presenciou muitos enterros ao longo dos anos, confessa que as cerimônias de crianças são as mais difíceis. “Eu guardo muito comigo as criancinhas. Quando fazemos um procedimento de criança, é muito complicado. A gente fica três, quatro dias sem chão, para falar a verdade”, relata, emocionado.

Apesar de todo o profissionalismo, Rosa também conta que nem sempre é possível segurar a emoção. “O que o Pedro me ensinou desde o começo é que quando for fazer um trabalho, não pode chorar. Mas quem pode controlar o coração e o sentimento? A gente não consegue. Uma vez fomos fazer um enterro de um bebezinho de um ano e sete meses e a mãe estava de