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Como é a Irati que queremos para os próximos 20 anos?

05/06/2025

Como é a Irati que queremos para os próximos 20 anos?

Representantes de empresas, instituições de ensino, entidades e poder público se reúnem periodicamente para discutir como o desenvolvimento sustentável pode acontecer. Eles integram o grupo Ecossistema Local de Inovação (ELI) e trabalham na análise das potencialidades locais e regionais para traçar estratégias de ação   

 

Identificar problemas cotidianos e analisar caminhos para obter soluções, para planejar o desenvolvimento sustentável da cidade e da região. É este o propósito do Ecossistema Local de Inovação (ELI), que reúne representantes de empresas, instituições de ensino, entidades e poder público.

“Desde o ano passado, o Sebrae iniciou esse grupo, com várias entidades, o setor público também, o setor privado, para que nós pudéssemos pensar na Irati que nós queremos para 2043. Então, esse grupo, né, chamado de Ecossistema Local de Inovação”, explica Patrícia Bento Tiuman, presidente do ELI e diretora do campus de Irati do Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Uma vez por mês, os integrantes do ecossistema se reúnem na sede do Sebrae em Irati para discutir metas e propostas de ações em curto, médio e longo prazo. Ao imaginar os próximos 20 anos, como é a cidade de Irati que queremos para trabalhar, estudar e se divertir? Este é um dos principais questionamentos que motiva o debate sobre as possibilidades de inovação, de melhorias na qualidade de vida.

Indicadores de diversas áreas embasam os trabalhos. Dentre eles, dados sobre o crescimento populacional, produção agropecuária, o ambiente empresarial, as atividades econômicas que mais empregam, o sistema educacional, os índices de vulnerabilidade social, as exportações e outros indicadores.

O consultor do Sebrae Willian Henrique da Silva Nunes explica que o propósito do grupo ao tratar sobre inovação, vai além da busca pela aplicação de novas tecnologias. “O Ecossistema Local de Inovação visa desenvolver a cidade, o desenvolvimento econômico pautado em inovação. Então, aqui a gente traz várias discussões, não focamos apenas em tecnologia, o pessoal acha que é muito ‘andando junto inovação e tecnologia’, mas não necessariamente, a gente foca em desenvolvimento pautado em inovação”, detalha Willian.

Nesse contexto, a diversidade de participantes do ELI colabora, de acordo com o consultor do Sebrae. “Trazemos empresas tradicionais, startups, instituições de ensino, o governo, para todos esses atores articularem ações para desenvolvimento econômico da cidade. Nós, do Sebrae, fazemos a comunicação e a união deles no grupo. Então, a gente puxa algumas reuniões, mas o nosso intuito principal é fazer a articulação e a integração de todos esses atores principais da região”, explica.

Um dos fatores que deverá colaborar para que sejam implementadas as principais propostas do ELI para o desenvolvimento sustentável será a revisão do Plano Diretor Municipal, que ocorrerá em 2026. De acordo com o secretário Tecnologia, Inovação e Planejamento, João Felder, “o Plano Diretor é uma ferramenta colaborativa que deve envolver todos os setores da sociedade, principalmente a sociedade civil, no planejamento da visão que a gente tem da cidade para daqui 10 anos pelo menos”.

Com a revisão do Plano Diretor, as leis que regem a cidade deverão ser modernizadas para viabilizar a inovação e projetos de desenvolvimento. Como são muitas áreas envolvidas, o secretário conta que o Plano Diretor será feito por etapas, com audiências públicas específicas para diferentes setores, como habitação, arborização urbana, gestão de resíduos sólidos, mobilidade, dentre outros temas.

“Vamos contratar uma empresa para dar suporte a tudo isso, para que saia um trabalho bem feito. E dentro dessa construção do Plano Diretor, a gente vai levantar dados que vão nos dar subsídio dos problemas que nós temos, e aí a gente pensar em soluções. E na hora de pensar essas soluções, elas não são puramente técnicas também, elas são realmente conversadas com toda a sociedade. Então a gente vai abrir canais de comunicação com a sociedade, onde todo mundo vai poder dar a sua opinião, o que pensa de soluções para cidade”, afirma João Felder.

Potencialidades

As potencialidades de Irati estão sendo debatidas pelos integrantes do Ecossistema Local de Inovação (ELI), como destaca a presidente Patrícia Tiuman. O objetivo, segundo ela, é identificar “quais são as nossas potencialidades enquanto município e enquanto região da Amcespar, e como cada uma dessas entidades pode colaborar para fomentar o nosso desenvolvimento, o nosso progresso”.

“Como eu também estou na direção-geral do IFPR Campus Irati, que é uma instituição de ciência e tecnologia, eu entendo que é necessário e de grande importância para Irati e para a região que nós tenhamos um grupo formado e focado nisso, em pensar o desenvolvimento”, defende Patrícia, acrescentando que essas iniciativas auxiliarão a manter os jovens no município ou na região. “Nós queremos que esses potenciais, esses jovens permaneçam aqui na região e tragam desenvolvimento para a nossa região”, afirma.

Exemplos

A última reunião do ELI ocorreu na manhã de quarta-feira, dia 28. A análise de exemplos de cidades que ampliaram o seu Produto Interno Bruto (PIB) e consequentemente a qualidade de vida da população através do planejamento estratégico e da inovação é uma das táticas para motivar os trabalhos em Irati.

O exemplo da Cidade Criativa Pedra Branca, criada em Palhoça, nas proximidades de Florianópolis – SC, foi comentado pelo consultor do Sebrae e por membros do ELI que visitaram o local. Eles contaram os pontos positivos que observaram e o que pode servir como exemplo.

Na avaliação do consultor do Sebrae, Irati vive um momento muito propício à inovação.  “Estamos discutindo as inovações aqui com o grupo, com o Ecossistema de Inovação e a gente tem a abertura do governo, e isso é muito importante. Então, Irati está no momento certo para conseguir desenvolver esse grupo e conseguir chegar aonde a gente tanto almeja”, acredita Willian.

Realidade de Irati  

Para entender como Irati se desenvolveu na última década, o Sebrae compilou dados de diversas bases (como Receita Federal, Ipardes, IBGE, Ministério do Trabalho) e criou o relatório Desenvolvimento e Inovação: Análise dos indicadores de Irati. Este documento balizará as discussões dos membros do ELI para definir iniciativas que impulsionem o desenvolvimento sustentável.

Algumas de informações contidas nele são:

Irati teve um crescimento populacional de 5% entre 2010 e 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

Segundo números do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a principal atividade econômica observada tanto em 2011 como em 2021 é o Comércio e Serviços. Em ambos os anos, correspondeu a 55% do Produto Interno Bruto (PIB) do município.  Em segundo lugar vem a agropecuária que, no período, cresceu de 21% para 29% do PIB. Já a indústria teve uma retração, passando de 24% em 2011 para 16% do PIB em 2021.

Além da diminuição da participação da indústria no PIB, outro fator negativo que os números demonstram é a redução do PIB per capita de Irati. O PIB per capita caiu de R$ 38.873,00 em 2011 para R$ 37.795,00 em 2021.

Quanto ao número de empresas que atuam no município, de acordo com a Receita Federal, em abril de 2024 Irati tinha 7.170 CNPJs ativos. A maioria, 50,53% são MEI; 40% MPR; 4,48% empresas sem fins lucrativos; 4,39% MGE e 0,33% administração pública.

De acordo com o Ministério do Trabalho (RAIS), as atividades econômicas que mais empregam em Irati são o comércio varejista de produtos novos e usados, restaurantes e outros serviços de alimentação, transporte rodoviário de cargas, e atividades de atenção ambulatorial realizadas por médicos e odontólogos.

 

Letícia Torres

 

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