Cidade da Criança encerra trabalhos na modalidade abrigo depois de 28 anos
Instituição deverá continuar com trabalho de contraturno com crianças
Depois de 28 anos, a Cidade da Criança deverá encerrar os trabalhos na modalidade abrigo.
A informação foi confirmada na última sexta-feira (07) pela instituição, através de nota. “Na segunda-feira, dia 03, a associação através do seu representante legal Renato Pachude encaminhou ofício ao Ministério Público e Vara da Infância e Juventude comunicando sobre essa decisão e solicitando o remanejamento para a Casa Lar Municipal dos sete menores que se encontram acolhidos atualmente”, diz a nota.
O local deverá continuar com o programa de contraturno que atende diversas crianças do município, mas não deverá continuar a abrigar crianças que por alguma situação foram destituídas da família pela Justiça.
Motivo
Segundo a equipe diretiva, a situação financeira é a principal causa de encerramento. “Um dos motivos é a questão financeira, as mudanças nas leis, remanejamentos e readequações nas quais a instituição tem que passar para estar atendendo melhor essa demanda. Exigem gastos e um dos gastos é a questão de recursos humanos”, conta a coordenadora administrativa, Tatiane Maria Laertes Cardoso.
Uma das principais dificuldades é em relação ao Mãe Social, atividade remunerada feita por mulheres que atuam como mães dentro dos acolhimentos. “A Cidade da Criança ainda trabalhava com a questão da Mãe Social. Tínhamos uma mãe por casa e isso acabou dificultando por conta das leis trabalhistas que orientam que seja trabalhado por escala, então teríamos que triplicar o número de cuidadores, o que não conseguiríamos pagar”, relata.
A advogada voluntária, Tania Marina Vicente Leite, conta que a exigência de aumento de idade também motivou o encerramento. “A cidade estava abrigando crianças de 0 a 12 anos, mas estava vindo uma exigência que fosse até os 18 anos. A Cidade da Criança tendo apenas 2 mães sociais, estava impossível. A questão financeira e a falta de funcionários eram impossíveis manter a modalidade abrigo de pé”, disse.
Tatiane explica que a Cidade da Criança recebe R$ 11 mil da prefeitura, oriundas de recursos livres. O local ainda recebe doações da comunidade e também da empresa Caminhos do Paraná, através do imposto de renda. No entanto, o valor não ajuda a sustentar o abrigo e o programa de contraturno que é realizado no local. “Além das crianças do abrigo, atendemos essas crianças do regime de contraturno, uma média de 80 crianças por ano que passam por aqui. Têm todas as refeições, trabalho pedagógico, oficinas e, mais, as crianças do abrigo. O fator recursos humanos e a falta de financeiro foram preponderantes para que se tomasse essa decisão”, afirma.
Crianças acolhidas
Atualmente, a Cidade da Criança possui sete crianças acolhidas na modalidade abrigo. “O número de acolhidos nos últimos anos diminuiu bastante, não é tão intenso, porque hoje em dia para se chegar a um acolhimento tem que ser uma causa extrema, se não, não sai da família”, conta Tatiane.
As crianças deverão ser transferidas até o dia 4 de março para a Casa Lar Municipal, mantida pela prefeitura de Irati. “Pelo que conversamos com a secretária Sibyl [sec

