Chuvas recentes não garantem o fim da crise hídrica

Por Redação 4 min de leitura

Chuvas ajudaram, mas nem tanto. Para especialistas e instituições, as recentes chuvas ocorridas no Sul e Sudeste não solucionam a crise hídrica que afeta o abastecimento de água e geração de energia elétrica. O que é possível fazer?

A região de Irati fechou o mês de outubro com um volume de chuvas maior do que a média histórica para a região. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), foram 195 milímetros em outubro, mais do que os 170 milímetros registrados na média histórica. O aumento de chuvas também foi registrado nos estados do Sul que passam por uma crise hídrica após meses sem chuva. O aumento chuvas possibilitou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) previsse que, até o fim do mês de novembro, os reservatórios do Sul atinjam 45,6% de sua capacidade.

Porém, especialistas e instituições alertam que este aumento do volume de chuvas não deve solucionar a crise hídrica. Em Irati, o abastecimento não foi afetado, como na região metropolitana de Curitiba, mas a Sanepar alerta que é preciso continuar com a economia de água. “As chuvas das últimas semanas contribuíram para a melhoria dos níveis de mananciais. Porém, devido à estiagem severa e prolongada, é necessário um volume significativo de chuvas nos próximos meses para alcançar uma situação mais confortável diante da crise hídrica”, informou a assessoria da Sanepar.

A boa notícia é que a previsão do volume de chuvas em Irati continua próxima à média histórica. “Em novembro, ficaria próxima 100 ou 110 milímetros, e dezembro, a princípio, perto de 130 milímetros. Isso é uma previsão de longo prazo. Costuma, às vezes, não ser tão certeira, porque dependerá muito do tipo de sistema que atua na área”, explica o meteorologista do Simepar, Samuel Braun.

O que pode influenciar na região nos próximos meses é o fenômeno La Niña, que pode diminuir o volume de chuvas. De acordo com o meteorologista, mesmo com o fenômeno, a previsão na região de Irati não deve ser diferente, isto é, continuará com volume de chuvas próximo da média. “Essa La Niña se configurou agora em outubro, então ainda está muito no início. Por isso, possivelmente em novembro e dezembro a chuva seja mais perto da média. Há um indicativo que seja até um pouco abaixo da média. Mas nada de valores estratosféricos”, conta.

Esse aumento de chuvas ajuda a recuperar os reservatórios usados para a geração de energia elétrica no Paraná. “O principal reservatório do Estado, da usina Gov. Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia) iniciou o período recente de chuvas com armazenamento de aproximadamente 9% e nos últimos dias registra nível de 49 % da capacidade”, informou a assessoria da Copel.

Mas mesmo com esse aumento, a Copel ainda pede para que os consumidores continuem com a economia de energia: “A recomendação do governo federal a todos os consumidores é utilizar a energia elétrica de forma racional e responsável”.

Sobre ações para evitar um desabastecimento, a Copel disse que tem a obrigação de atender e observar as orientações do ONS, que é responsável pela coordenação e planejamento de geração. Porém, não detalhou quais são as obrigações e orientações que está realizando.

Já a Sanepar destacou que houve ampliação de 60% da capacidade de reservação. “Tamb&ea