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Celular roubado ou furtado: Como minimizar as chances de golpes e prejuízos financeiros?

29/01/2024

Celular roubado ou furtado: Como minimizar as chances de golpes e prejuízos financeiros?

Agir preventivamente pode diminuir o risco de ter o celular roubado ou furtado. Além disso, há estratégias simples que podem dificultar o acesso de criminosos a dados pessoais, caso o smartphone seja levado, orientam os delegados da Polícia Civil de Irati Rafael Rybandt e Gabriel Moura Marinho. Emerson de Lara, Gerente do Sicredi de Irati, e Juliana Caroline Ceccatto, técnica do Procon, também dão dicas de como proceder diante desta situação delicada

Em um mundo cada vez mais dependente dos dispositivos móveis, os smartphones já são ferramentas multifuncionais que concentram informações pessoais e dados financeiros. A perda, roubo ou furto desses aparelhos pode trazer muita aflição, transtornos e prejuízos.

A Polícia Civil detalha os riscos de ter o aparelho levado e alerta sobre a possibilidade da aplicação de golpes financeiros. “O mais fácil de eles conseguirem fazer é aplicar golpes a partir das redes sociais, porque, normalmente, aplicativos no celular não precisam de senha. E eles podem mandar mensagem para amigos, familiares, pedindo transferência bancária, e aí, aplicar golpes dessa forma”, explica o delegado da Polícia Civil de Irati Gabriel Moura Marinho.

De acordo com os dados mais recentes registrados pelo 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os roubos e furtos de celulares no Brasil atingiram números assustadores em 2022. Foram reportados 508,3 mil casos de roubos e 490,8 mil furtos, totalizando quase 1 milhão de ocorrências. A pesquisa leva em consideração dados oficiais das secretarias estaduais de segurança pública, o que significa que o número de casos pode ser ainda maior.

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O delegado da Polícia Civil de Irati Rafael Rybandt alerta que após subtraírem o aparelho, os criminosos podem também tentar extorquir dinheiro da própria vítima. “Também é possível que o criminoso mande uma mensagem dizendo que encontrou o celular e pede um depósito para devolver”.

Precauções contra furtos e roubos

Para se prevenir contra furtos e roubos, a orientação da Polícia Civil é de evitar o uso do celular em locais públicos. É recomendável também evitar bolsos de fácil acesso, preferindo posicionar o aparelho na parte frontal e próxima ao corpo. Eles advertem que é inseguro deixar o dispositivo em bolsos traseiros ou mochilas, locais propícios para furtos.

Ana Paula Zolondek Drewnicki teve o celular furtado de sua jaqueta durante uma festa em Buenos Aires, na Argentina. Ela relata que quem levou seu aparelho não conseguiu acessar seus dados pessoais e bancários, no entanto, a falta do dispositivo gerou transtornos para ela. “Eu não tinha notebook ou outro meio de comunicação e estava morando em outro país. Então eu fiquei incomunicável, não conseguia conversar com a minha mãe, não conseguia conversar com ninguém. Acho que foi um mês e pouquinho sem celular, aí eu consegui comprar um celular usado só para não ficar sem”, relata.

Para evitar situações do tipo, o delegado Rafael Rybandt explica que é necessário evitar a exposição desnecessária como uma das medidas para prevenir situações de furto em meio a aglomerações. “Tentar não usar de forma displicente e descuidada o celular. Nessas situações, o volume de pessoas acaba favorecendo aquele criminoso de ocasião. O cara vê que tem alguém meio descuidado, vai passar a mão no celular e sair correndo. No meio da aglomeração, é difícil pegar, difícil identificar a pessoa”, explica.

Acesso aos dados pessoais

Quando os criminosos conseguem ter acesso aos dados da vítima, especialmente relacionados aos serviços bancários, a orientação do Procon é agir rapidamente para minimizar danos financeiros. “Quando a vítima nos procura, a gente entra em contato com o banco, explica toda a situação, solicita cancelamento de compras e estornos, caso tenha havido um empréstimo ou saque. A gente pede informações, os bancos mandam para nós como foi realizada essa transação, o horário, enfim, a gente consegue obter todo um extrato sobre a transação que foi realizada na conta do consumidor”, explica a técnica atendente do Procon de Irati, Juliana Caroline Ceccatto.

No entanto, assim como a Polícia Civil, a técnica do Procon afirma que o primeiro passo após ter o aparelho levado é registrar um boletim de ocorrência, seguido pela comunicação imediata aos bancos.

Emerson de Lara, Gerente de uma das agências do banco Sicredi de Irati, alerta que muitas pessoas andam com o cartão de crédito na capa de proteção do próprio celular, o que pode aumentar o prejuízo caso o aparelho seja levado. “Uma recomendação é não andar com o cartão na capinha do celular, porque o cartão físico tem todos os códigos e números e então a pessoa [que roubou ou furtou o aparelho] pode utilizar para fazer compras na internet”, alerta.

Ele esclarece que em situações de compras por aproximação via cartão de crédito físico, nas quais não é necessário inserir uma senha para concluir a transação, o ressarcimento torna-se inviável, mesmo que o responsável pelas compras não seja o titular do cartão. “Já aconteceu de a pessoa demorar a perceber o roubo do cartão, porque às vezes ela usa pouco, e os criminoso vão tentando fazer compras por aproximação. Esse tipo de compra não tem ressarcimento, por isso que é importante realizar o bloqueio imediato tanto do cartão como do aplicativo”, orienta Emerson.

O que fazer ao ter o celular subtraído

A orientação da Polícia Civil  para quem tiver o celular roubado ou furtado é fazer o boletim de ocorrência, que pode ser agilizado de maneira on-line, para que seja feito o bloqueio imediato do aparelho. É fundamental ter o número do IMEI do dispositivo em mãos. Tal número normalmente é encontrado na caixa original ou na nota fiscal.

Como precaução, ao adquirir um celular essa informação pode ser anotada em local seguro para eventual necessidade. É possível obter esse número discando *#06# ou localizando-o na parte traseira do celular.

Em alguns casos, as vítimas conseguem apagar todos os dados do aparelho remotamente. “Normalmente programas de antivírus têm isso. São programas que oferecem essa possibilidade. Você entra pelo site no computador e manda apagar todo o celular remotamente. O sistema iOS faz isso também, o aparelho da Apple tem essa opção; alguns celulares Android também”, detalha o delegado da Polícia Civil de Irati Gabriel Moura Marinho.

Outra alternativa é o aplicativo Celular Seguro, lançado recentemente pelo Governo Federal em colaboração com a Anatel e outras entidades. O app pode ser instalado em smartphones e possibilita o bloqueio do telefone e dos serviços digitais (aplicativos) em situações de furto, roubo ou perda.

Segurança extra

Para impedir o acesso indevido aos aplicativos, dados pessoais e financeiros em caso de furto ou roubo, o delegado Gabriel sugere reforçar as medidas de segurança do próprio aparelho. “Hoje fala-se muito da autenticação de dois fatores, que é você usar uma senha e um código de segurança. Existem também aplicativos de autenticação, como a Microsoft Authenticator e o Google Authenticator. Nesses casos, você consegue inclusive criar uma autenticação para o Instagram, para o Facebook,  toda vez que você for acessar eles no celular, mesmo que ele esteja logado, ele faz essa autenticação. Também usar senhas complexas, evitar data de aniversário, número sequencial, letra sequencial. Tem que juntar letra com número, símbolos de letra maiúsculas com minúsculas. No caso daqueles aparelhos que são de combinação de pontos, tentar não fazer algo muito simples”, detalha o delegado.

Outra precaução para evitar prejuízos e golpes ao ter o celular invadido por criminosos é  evitar termos genéricos ao salvar contatos no celular. O delegado sugere que as pessoas usem nomes completos em sua lista no celular, o que se torna uma estratégia para dificultar a identificação por terceiros. “É interessante até a forma com que você salva o teu contato. Não salvar, por exemplo, ‘mãe’, ‘pai’, ‘amor’ etc. Salva com o nome completo, porque a pessoa que pegar o teu telefone vai ver o nome e não vai saber que é sua mãe. É mais difícil você estabelecer uma relação”, sugere Rafael.

Como registrar boletim de ocorrência on-line

A Polícia Civil do Paraná enfatiza que qualquer cidadão pode registrar um boletim de ocorrência pela internet, sem ter de comparecer a uma Delegacia da PCPR, através do site www.policiacivil.pr.gov.br/BO.

Pela Internet é possível registrar BO de furto, estelionato, extravio ou perda de documento, extravio, perda ou furto de placa de veículo, pessoa desaparecida e violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outros.

O delegado da Polícia Civil de Irati, Gabriel Moura Marinho, esclarece sobre a importância dessa ferramenta para vítimas de furto ou roubo de celulares. “É uma ferramenta rápida para você fazer o boletim de ocorrência e conseguir bloquear o aparelho, porque às vezes pode ser demorado se deslocar até a delegacia e tudo mais. Mas também colocamos a Polícia Civil como estrutura para fazer o boletim e para solucionar os crimes”, explica.

Texto: Lenon Diego Gauron

 

 

 

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