01/09/2021
Na segunda-feira (23), Ana Clara Zanlorensi veio ao mundo encantando seus pais, médicos e enfermeiros com sua beleza e tamanho acima da média para os recém-nascidos, que é de até 3,5 kg. Filha de moradores da localidade rural Pinho de Baixo, a menina nasceu na Santa Casa de Irati com peso de 4,705 quilogramas, medindo 53 centímetros.
Bebês maiores já nascerem neste hospital, porém suas mães tiveram diabetes na gestação, e este não foi o caso de Carla Laise Schibeliski, mãe de Ana Clara, que teve uma gravidez normal.
“Não tenho nenhuma comorbidade, isso foi o mais assustador, porque geralmente os bebês nascem gigantes quando as mães têm diabetes gestacional, e no meu caso foi uma gestação saudável, acredito que ela nasceu grande por conta da genética mesmo”, afirma a mãe.
Genilse Aparecida Holtman Menon, enfermaria responsável pela maternidade, informa que Ana Clara é a maior bebê que já nasceu na Santa Casa de Irati sem que fossem identificados problemas da mãe, durante a gravidez, para a produção do hormônio que mantém controlado o nível de glicose no sangue, a insulina.
“Quando a mãe é diabética tem um problema de deficiência de produção da insulina, que consome o açúcar em excesso do sangue. Se a mãe tem uma deficiência e vai tendo uma produção maior de açúcar no sangue, que não é controlada, esse açúcar passa direto para o bebê. É como se ele tivesse uma dieta sobrecarregada”, explica a enfermeira.
Segundo ela, a diabetes gestacional não indica que o bebê já nascerá com problemas ou com diabetes, porém, pela herança genética, precisa ter maior acompanhamento. “No caso da Carla e da filha não há nenhum destes problemas”, relata Genilse. Carla teve uma gestação normal, realizou todos os exames necessários e o único problema que apresentou foi infecção urinária – que é comum durante a gravidez.
“O nascimento estava programado para terça-feira (24), mas quando fui consultar na segunda-feira (23) minha pressão estava alta e tive que ir para a maternidade, onde decidiram que a cesariana teria de ser feita naquele momento. Quando fiz ecografia uma semana antes ela estava com 4,107 quilogramas, não imaginei que com uma semana ela aumentaria 600 gramas”, relata a mãe.
Milton Daniel Zanlorensi, o pai de Ana Clara, estava trabalhando no momento em que a decisão de antecipar o parto foi tomada pelos médicos. Ele se deslocava de uma localidade rural onde o sinal de telefonia móvel não é adequado até a cidade de Irati. Assim que recebeu a notícia, correu para a Santa Casa para conhecer a nova integrante da família.
Carla e Milton já tem outra filha, que não nasceu grande como a Ana Clara. Ana Júlia pesou 3,290 quilogramas e mediu 47 centímetros. A menina pôde conhecer a irmãzinha na quarta-feira (25), quando Carla e Ana Clara receberam alta.
Mãe e filha passam bem e foram para casa mais aliviadas, pois, segundo Carla não foi nada fácil estar no hospital em período de pandemia, sem acompanhante. “Ser gestante na pandemia não é fácil, aqui no hospital não podemos ter acompanhante, isso acaba complicando. No meu caso, que fiz cesariana, precisa mais de ajuda. Com a pandemia tem alguns procedimentos que tem que fazer, como o teste rápido quando entra no hospital, é tudo diferente, mas deu certo”, finaliza a mãe.
Texto: Cibele Bilovus/Hoje Centro Sul
Fotos: Arquivo Pessoal