Baixa participação no debate sobre o uso do dinheiro público afasta cidadãos e governo em Irati

Por Redação 3 min de leitura

Poucos iratienses estiveram presentes na audiência realizada na sexta-feira (28) que discutiu metas e prioridades para o uso do dinheiro público. Especialistas comentam causas e efeitos desse desinteresse popular por participar de decisões políticas

Expectativa menor de receita e dificuldades de realização de obras foram alguns dos temas discutidos durante a audiência pública da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2020. A audiência aconteceu na manhã de sexta-feira (28), na Câmara Municipal de Irati.

Apesar de discutir metas e prioridades para o próximo ano, a audiência registrou uma participação baixa da população.

Para Gerson Musial, membro do Observatório Social de Irati, é importante que a população se faça presente em momentos como esse e por isso a entidade tem discutido como incentivar a participação. “Temos discutido muito internamente como vamos mobilizar a população. Ainda não achamos uma forma de como trazer a população aqui para dentro, para se interessar pelas questões do munícipio. Acho que se cada vez mais as pessoas participarem, nós vamos ter grandes efeitos nas decisões”, disse.

Um dos meios de ampliar a participação popular, defendido pelo representante do Observatório Social, seria através das associações, que representam diversos grupos dentro dos municípios. “Se essas associações funcionarem, nós começamos a trabalhar: vai lá, faz as audiências, busca conversa e daí traduz tudo isso num projeto global”, conta.

Estiveram presentes na audiência pública da LDO os vereadores Alberto Schereda, Rogério Kuhn e Roni Surek, membros do Executivo de Irati, membros do Observatório Social de Irati e imprensa.

Baixa participação

A baixa participação popular em audiências públicas ligadas a orçamentos públicos é uma constatação em outros municípios brasileiros também. O cientista político e jornalista, Carlos Irineu, conta que essa participação é importante, mesmo que existam divergências. “Apesar de não haver consensualidade da sociedade civil (pois cada cidadão anseia e diverge sobre assuntos específicos que o beneficiem), as audiências públicas orçamentárias ocupam um espaço de grande importância dentro do debate sobre as contas. Mas, infelizmente, a participação popular é muito irrisória dada a importância que essa audiência desempenha dentro do debate socioeconômico”, relata.

Carlos destaca que é preciso tornar essas audiências públicas mais acessíveis à população. “[A baixa participação] se dá pelo pouco investimento e empenho dos órgãos públicos, responsáveis por essas audiências, em tornar o debate mais acessível e próximo do cidadão. Investimento em publicidade e empenho em fazer com que a sociedade tenha interesse nos assuntos e encontros”, argumenta.

Para o analista político, Eduardo Negrão, a participação é importante e a internet pode ser um meio de aproximar o cidadão das audiências públicas. “Num formato novo usando redes e mídias sociais – a presença física em Câmaras ou Assembleias nunca foi da natureza brasileira e agora está superada”, comenta.

O analista ainda destaca que incredulidade do brasileiro em relação à política também é um dos fatores que levam à baixa participação. “Porque o Estado Brasileiro, nas 3 esfera