Autismo: “O diagnóstico é sim assustador, mas ele não é o fim de algo. É só uma nova rota que a família vai precisar seguir”

Por Redação 3 min de leitura

A afirmação é da psicóloga Renata Andrade, que tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como parte da rotina de sua família há vários anos. Também convivem com os desafios do TEA,  a fonoaudióloga Karina Ramilo de Jesus, que é presidente da Associação TEAabraça, e muitas outras mães e pais, que buscam olhares mais empáticos e respeitosos para com os filhos

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A dificuldade em permanecer no ambiente escolar e o choro constante motivaram Renata Andrade a levar a filha Maria Sophia de Andrade de Souza a fazer psicoterapia, quando a menina tina 5 anos de idade e começou a ir para a escola. Após seis meses de psicoterapia veio a hipótese de autismo, que foi confirmada somente um ano depois, com a avaliação de vários profissionais, incluindo fonoaudiólogo e médico neuropediatra.

“Depois de um ano, o diagnóstico foi fechado. O ponto mais importante foi entendermos o funcionamento dela. Aprender a separar o que poderia ser uma birra infantil de uma crise sensorial. Aprendemos a aceitar as questões de seletividade alimentar, que é bem severa. Entendemos as questões do choro, que envolviam o excesso de barulho, contato com tecidos diferentes.  O diagnóstico nos ajudou a olhar para ela de uma forma mais acolhedora, além de buscar os tratamentos corretos”, explica a psicóloga Renata Andrade. Ela conta que ao compreender as diferenças sensoriais, a família passou a adaptar seus hábitos para que Maria Sophia de Andrade de Souza, que tinha seis anos de idade na época, vivesse melhor.

“Mudamos a forma como falamos (tom mais baixo e de forma mais direta entre todos). Mudou coisas que nem imaginávamos, como cozinhar com menos temperos, por conta da sensibilidade ao cheiro.  Quando vamos sair, a família precisa se organizar em antecipar tudo, ver se é possível voltar antes”, descreve a mãe da menina, atualmente com 13 anos.

Esta nova forma de agir para acolher a filha que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) é descrita por Renata como uma nova rota. “Acredito que algo que é importante sempre pontuar é que o diagnóstico é sim assustador, mas que ele não é o fim de algo. E só uma nova rota que a família vai precisar seguir”, afirma Renata, acrescentando que ao saber do TEA a família deixou de “viver no escuro”, e pôde entender as questões que poderiam desencadeariam crises.

Expectativas e transformações

Elaine Tais Ribeiro é a mãe do Matheus Henrique Bomfim, de 5 anos, e soube que o filho tem TEA quando ele tinha 2 anos de idade.  “Para nós não foi um diagnóstico fácil quando chegou, porque a gente tinha outras expectativas para o futuro dele. A minha pergunta para a médica era se o meu filho um dia ia casar, estudar, trabalhar. Como pai e mãe, a gente cria expectativas. Então, quando a gente recebeu esse diagnóstico, as nossas expectativas foram lá no chão. Mas a gente aceitou o diagnóstico do nosso filho e dia após dia fomos trabalhando para que ele fosse evoluindo dentro do espectro”, relembra Elaine.

Para isso, a família disponibiliza ao menino sessões de terapias com psicóloga, fonoaudióloga

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