Alcoolismo: Os desafios para a recuperação

Por Redação 4 min de leitura

No mês em que o Alcóolicos Anônimos de Irati completa 36 anos, três membros do A. A. contam sobre suas experiências e os desafios que enfrentaram no caminho para a recuperação

No início do século XX, Bob era um médico alcoólatra que não conseguia encontrar uma forma de controlar o seu vício pela bebida. A cada 30 minutos, ele precisava tomar de um gole.

Certo dia, Bob conheceu Bill que tinha o mesmo problema com bebidas alcóolicas. Cansado de tentar encontrar uma solução, Bob não queria falar sobre o assunto. Deu a Bill apenas 15 minutos para falarem sobre o tema. Conversa vai, conversa vem, ficou tarde.

Nesse momento, o doutor Bob percebeu que passou a tarde toda conversando sobre alcoolismo, sem ingerir a bebida. A sua compulsão pelo álcool foi superada sem o seu conhecimento em medicina, mas sim, pela comunicação com uma pessoa que passava pela mesma dificuldade. Esse é o começo da história do surgimento dos Alcóolicos Anônimos nos Estados Unidos, em 12 de maio de 1935.

Desde então, o grupo tem se espalhado no mundo. Em Irati, o grupo de Alcóolicos Anônimos (A.A.) completa 36 anos na próxima quarta-feira, 14 de agosto.

A busca pelo tratamento é um desafio, já que o alcoolismo gera um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de álcool. Alguns dos sintomas são: o forte desejo de beber, dificuldade de controlar o consumo, maior uso da bebida em detrimento de outras obrigações, entre outros.

Para compartilhar sobre como é a recuperação, três frequentadores do A.A. aceitaram contar suas experiências, sob a condição de anonimato. O entrevistado 1, entrevistado 2 e entrevistado 3 relatam como vivenciaram a aceitação do vício e os desafios para sua recuperação.

 “Ninguém diz você é alcoólatra. A maneira de beber de cada um evolui ao longo do tempo. Alcoolismo é uma doença progressiva, a tendência de quem faz o uso do álcool é aumentar a quantidade, substituir a bebida mais fraca por uma mais forte e a dosagem sempre aumentando. Chega um determinado ponto que você perde o controle sobre sua vontade de beber, a partir desse momento o álcool se torna dependência”, explica o entrevistado 1.

O entrevistado 2 reforça e acrescenta que o alcoolismo é uma doença. “Quando você começa a apresentar problemas por causa do álcool você já deixou de ser um bebedor social e se tornou um dependente do álcool”, disse.

Após adquirido o vício, o tratamento deve ser contínuo. A única forma de se combater o alcoolismo é deixando de ingerir as bebidas. “Uma vez alcoólatra sempre alcoólatra. Uma vez que você não faz o uso do álcool você está imune à doença. A partir do momento que você tomou o primeiro gole, você terá todos os problemas que você já teve, independente de quanto tempo que você já não bebe mais. Estamos sóbrios há vários anos e mesmo assim continuamos sendo alcoólatras”, explicou o entrevistado 3.

Apadrinhamento

No início do Alcoólicos Anônimos, uma ficha telefônica era entregue para o membro guardar com o propósito de pedir ajuda, caso sentisse vontade de beber. Com o avanço tecnológico e a chegada da internet, o uso das fichas se tornou desnecessário para fazer a comunicação, porém foi adaptada como um símbolo dentro da irmandade. “Quando a pessoa ingressa damos uma ficha para simbolizar a uni&atil