Apenas amor pelos animais não é suficiente para a adoção responsável

Por Redação 4 min de leitura

Adotar um animal de estimação vai muito além de escolher entre cão ou gato, requer planejamento do tempo, dos custos e até de possíveis imprevistos que podem vir a ocorrer ao longo dos anos

A professora da rede estadual de ensino, Fabiana de Godoy Rocha faz parte do grupo de Protetoras Independentes dos Animais. Em sua casa, ela cuida de diversos cães e gatos que estavam nas ruas. Muitos deles que foram abandonados pelos antigos donos e já passaram por diversas situações de sofrimentos e maus-tratos. O trabalho realizado pelo grupo em que Fabiana está inserida busca encontrar um lar adequado para os animais resgatados.

“Nosso grupo faz o resgate de animais em situações de abandono, mas nós não acumulamos animais, somos contra o acúmulo, principalmente se eles não tiverem um local adequado para ficarem. Sempre que fazemos esses resgates, eles ficam de maneira temporária nos lares das próprias protetoras ou de pessoas que ajudam elas”, descreve. Em seguida, esses animais passam por um acompanhamento antes de serem encaminhados para a adoção.

Para ajudar nos custos, o grupo conta com a colaboração da população e busca recursos através de ações para angariar fundos. “Em nosso grupo de Protetoras Independentes, não temos ajuda financeira por parte governamental. Como nosso trabalho é independente, nós buscamos recursos através de doações e de ações como rifa, bazares e, quando precisamos da ajuda do poder público, temos através da Secretaria atendimento aos animais de emergência e urgência”, detalha Fabiana.

Guarda responsável

A guarda responsável de animais nada mais é do que a preparação do ambiente e dos tutores antes mesmo de adotar um novo pet. E essa responsabilidade não se limita apenas ao momento da decisão de adoção. É preciso estar ciente que ela fará parte da vida após esse momento, ou seja, somente o amor pelos animais não é suficiente para uma adoção responsável.

Para evitar o abandono de animais nas ruas da cidade, Fabiana ressalta a importância de levar em consideração o tempo, custos e imprevistos que podem acontecer após adotar um animal de estimação. “As pessoas precisam se conscientizar de que o animal não é um brinquedo, ele precisa de cuidados corretos. As pessoas precisam estar cientes de que não é só adotar um animal e pronto, pois ele vai precisar de vacinação e de consultas em veterinários. Então para você adotar, seja gato ou cachorro, ele precisará de acompanhamento durante toda sua vida”, orienta.

Além do trabalho realizado no grupo Protetoras Independentes, Fabiana já adotou 12 cachorros e dois gatos em sua própria casa, todos com histórias diferentes de sofrimento e abandono nas ruas. “Todos eles têm uma história especial, cada um deles tem uma passagem importante na minha vida. A maioria foi resgatada em situações de perigo. A ‘Negona’ estava sendo atacada por cachorros na rua e, com a ajuda da minha mãe e da minha vizinha, socorremos, levamos ao veterinário para o tratamento, ela estava com problema no útero, aproveitamos para castrar. Como é muito difícil a adoção de animais de porte grande, acabamos ficando com ela. O menor, supomos ser filhinho dela, pois ele vinha atrás dela todos os dias no portão de casa. Acabamos adotando-o também e hoje temos mãe e filho em casa”, comenta.

Outros cachorros, como o ‘Caramelo’, que estava com a pata quebrada, também foi socorrido e adotado por ela. Além disso, um dos gatos que Fabia