O que as escolas estão fazendo para alfabetizar os alunos prejudicados pela pandemia?
Em Irati, a Secretaria Municipal de Educação fez um trabalho intensivo entre março e setembro, para recuperara defasagem no aprendizado. O incentivo através de projetos e o apoio familiar também auxiliam neste processo
A educação no Brasil foi muito afetada pela pandemia. No país, a porcentagem de crianças do 2º ano do ensino fundamental que ainda não sabem ler e escrever palavras isoladas (como “pipoca” e “vovô”) mais do que dobrou de 2019 a 2021. Calculado a partir do desempenho de uma amostra de alunos, o índice passou de 15% para 34% no período, apontam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados pelo Ministério da Educação em setembro.
Em Irati, a Secretaria Municipal de Educação de Irati fez diagnósticos nos meses de março e de setembro para verificar como a alfabetização estava ocorrendo e como a impossibilidade de frequentar as salas de aula na pandemia afetou o processo de aprendizado dos alunos. O primeiro diagnóstico, feito no mês de março deste ano, foi utilizado para traçar metas e objetivos para melhorar o desempenho da educação nas escolas municipais. Já em setembro, uma nova avaliação de resultados realizada mostrou uma melhora no desempenho geral das escolas de Irati.
De acordo com dados repassados pela Secretaria Municipal de Educação de Irati (SME), em março, foram avaliados 3.407 alunos. Destes, 1.272 estavam em nível considerado como insuficiente, ou seja, não atingiram o mínimo das habilidades necessárias. Por sua vez, 1.450 alunos estavam no nível regular, alfabetizados, porém com dificuldades em interpretação e resolução de problemas; e 742 alunos estavam no nível ótimo, ou seja, haviam atingido os conteúdos mínimos para o ano/série que cursam.
A coordenadora pedagógica da SME, Selma Sultane, conta que com as primeiras fichas de acompanhamento em mãos a equipe pedagógica fez visitas às escolas para traçar metas de trabalho e orientar os professores e coordenadores, determinando datas para a reavaliação. No período entre março e setembro, os professores participaram de formações para trabalharem com as dificuldades apresentadas pelos alunos.
Reforço e contraturno, conforme a realidade de cada escola, foram oferecidos aos alunos não alfabetizados adequadamente. A avaliação diagnóstica foi aplicada nas 24 escolas municipais, sendo 17 escolas na zona urbana e 7 escolas na zona rural.
“Voltamos de uma pandemia sem dados. O que a gente tinha não era palpável, não era real. Então começamos por uma avaliação de diagnóstico. Nós fomos a campo, aplicamos, corrigimos e fizemos dados. A partir desses dados, saímos para as escolas focando na alfabetização. A gente tinha alunos de 5º ano, saindo para o 6º, com dificuldade. Isso em março. Nós traçamos metas, as coordenadoras ‘compraram a ideia’ e o trabalho foi bem feito. Agora em setembro foi feito o segundo diagnóstico”, explica.
Em setembro, a equipe pedagógica voltou às escolas de Irati e foram avaliados 3.556 alunos. Na nova análise, 268 alunos atingiram o nível insuficiente; 644 o nível regular; e 2.644 alcançaram o nível considerado ótimo, adequado. O avanço é comemorado por toda a equipe do setor de educação.
Edna Pereira, que é outra coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação – junto Elizabete Pedroso e Elisangela Bianco –, comemora os resultados obtidos, mas aponta que casos específicos devem continuar send

