Como é viver a experiência de ser mãe na adolescência?

Por Redação 4 min de leitura

Em Irati, no ano passado 64 jovens de 15 a 19 anos se tornaram mães. Em 2020 foram 80 mães iratienses nesta faixa etária. O número de adolescentes grávidas tem diminuído em Irati, seguindo a tendência do Brasil e da América Latina.

Laiane Mayara da Silva, atualmente com 27 anos, foi mãe na adolescência aos 17. Dez anos depois do nascimento da filha, ela avalia que o maior desafio que precisou enfrentar devido à maternidade não foi cuidar da criança, mas sim conseguir emprego após a gestação.

“Eu engravidei em 2011, quando tinha 16 anos e ganhei o bebê quando tinha 17. Foi difícil entrar no mercado de trabalho, pois eu não estava estudando e nunca tinha trabalhado”, lembra a jovem, que atua como costureira faccionista. “Depois de muita dificuldade, surgiu uma oportunidade de aprender a profissão e trabalhar em casa, e hoje trabalho para mim”, relata.

No mesmo ano em Laiane engravidou outras 465 mil adolescentes brasileiras também se tornaram mães. Ao todo, 25 mil meninas entre 10 e 14 anos deram à luz no país e 440 mil jovens entre 15 e 19 anos tiveram gestações não planejadas em 2011.

Estes números têm diminuído gradativamente nos últimos anos, mas, mesmo assim, a taxa de nascimentos de crianças filhas de mulheres com idade entre 15 e 19 anos no Brasil é 50% maior do que a média mundial. De acordo com o Ministério da Saúde, a média é de 68,4 nascimentos de bebês filhos de mães adolescentes para cada 1.000 nascimentos registrados no país, enquanto no mundo a média é de 46 nascimentos de filhos de mães adolescentes.

Em Irati, no ano passado 64 jovens de 15 a 19 anos se tornaram mães. Em 2020 foram 80 mães iratienses nesta faixa etária.  Como é vivenciada a maternidade por estas meninas? Esse é um dos questionamentos do Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (Neddij)  da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

A estudante de Psicologia da Unicentro, Laleska Raissa Santos Almeida, desenvolveu a pesquisa “A experiência da maternidade sob o olhar de mães adolescentes”, com o objetivo de entender como jovens que se tornaram mães vivem e compreendem a maternidade, além de analisar como as políticas de saúde e assistência social as ajudam nesse período, e quais aspectos sociais atravessam essa experiência.

Na pesquisa, Laleska descobriu alguns aspectos sobre a realidade da maternidade precoce em Irati.  “Compreendemos que são adolescentes entre 13 e 21 anos, algumas já possuem mais de um filho e a maioria engravidou aos 17 anos. O segundo maior número são de meninas que engravidaram aos 14. A maioria são meninas que vêm de famílias com renda de até um salário mínimo e não estão estudando no momento”, descreve a pesquisadora.

Os dados indicam que o problema enfrentado no passado por Laiane para conseguir se inserir no mercado de trabalho, ano após ano se repete nas vidas das mães adolescentes que abandonaram o estudo devido à gravidez ou às exigências de cuidado que um bebê requer.

Além de desenvolver a pesquisa, Laleska também participa do Projeto de Extensão desenvolvido através do Neddij denominado ‘Tô Grávida, e Agora?’.

No atendimento às meninas-gestantes, o projeto criado para assegurar os direitos das adolescentes identificou que as jovens mães costumam ver a nova fase de forma positiva em suas vidas. “Além de mães, essas meninas também são adolescentes. Elas também têm direitos que devem ser garantidos como regulamenta o Estatuto da Criança e do Adolescente. Por isso, cada viv&eci

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