Editorial – Manejo da Flona: Organização e mobilização necessárias

Por Redação 3 min de leitura

Querer que o manejo da Floresta Nacional de Irati traga benefícios para a região é um desejo legítimo, que congrega lideranças políticas, empresários do setor madeireiro, representantes de sindicatos, membros de associações, integrantes de instituições de ensino e a própria sociedade em geral. 

É por isso que a audiência pública on line para a apresentação da proposta de Edital da Concessão das Florestas Nacionais da região Sul do Brasil teve mais de 140 participantes ativos, sendo que 120 deles permaneceram em todo o período de discussão sobre a Flona de Irati. Diversos prefeitos acompanharam cada detalhe da apresentação feita pelos profissionais do Serviço Florestal Brasileiro, que integra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Eles opinaram e propuseram alterações no edital para que a riqueza a ser gerada pela exploração da madeira, resina, erva-mate e pinhão existentes na Unidade de Manejo Florestal (UMF) fiquem na região, pois isso trará a geração de empregos e renda, a movimentação da economia,  e consequentemente a melhoria da qualidade de vida das pessoas.  

Segundo inventário realizado em 2021 pelo Serviço Florestal Brasileiro, há 577 mil metros cúbicos de pinus a serem colhidos e 43 mil metros cúbicos de araucária que podem ser manejados nos próximos anos pela empresa que vencer a licitação e se tornar a concessionária responsável pelo manejo.

A empresa poderá cortar o pinus e fazer desbaste das araucárias – além de cortar aquelas  que excederem o número ideal, que é o mesmo existente em  florestas nativas. Em contrapartida,  deverá pagar um determinado valor ao governo e apresentar um projeto técnico consistente, em que o corte das espécies exóticas e a promoção do plantio de árvores nativas sejam coerentes. Também  gerar baixo impacto ambiental, oportunizar benefício social e agregação de valor na região.  Estes são alguns dos critérios para a concessão.

Entretanto, caso as sugestões propostas pelas lideranças políticas e sindicais regionais não sejam acatadas, a concorrência entre multinacionais e empresas de pequeno e médio porte deverá fazer com que o interesse dos munícipios do Centro Sul seja engolido pelas grandes empresas de Curitiba, Ponta Grossa, Telemaco Borba.

É por isso que é preciso organização e mobilização. E agora é o momento para isso, para agir em prol do desenvolvimento regional que poderá ser alavancado pelos recursos e empregos que poderão surgir com o manejo da Floresta Nacional de Irati.