Por que a leitura é uma forma de dialogar com o mundo e pode transformar vidas?

Por Redação 3 min de leitura

“Toda nossa construção intelectual é reflexo das leituras que fazemos. A importância da leitura está no fato de eu entender que ela pode transformar a minha vida, a minha realidade, me fazendo um ser humano melhor, sem dúvidas a leitura abre portas e faz com que estejamos em um eterno aprendizado”, afirma o professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Rodrigo Augusto Kovalski.

Tratando da leitura formal de palavras, em diversos gêneros textuais, as pessoas podem se perguntar: afinal, que portas são essas que a leitura abre? Segundo o professor, a leitura permite visualizar novos mundos, sejam reais ou fictícios, ampliando a visão dos leitores que consequentemente terão novas percepções sobre as coisas, assim poderão modificar o meio em que vivem.

“A partir do momento que começamos a ver um fato ou uma notícia de maneira diferente, nossa percepção é afetada e todo o meio à nossa volta é modificado a partir disso. A leitura muda a vida das pessoas, porque consegue levar os leitores a outras realidades, novos mundos, reais ou ficcionais, ou seja, nos faz viajar pelas diferentes esferas que habitamos”, explica Rodrigo.

Segundo ele, no meio escolar este processo melhora a capacidade de relacionar os conhecimentos, desperta o pensamento crítico e a interpretação. “As vantagens da leitura são inúmeras e em vários campos, o aluno melhora a oralidade e a escrita, amplia seu caráter de análise, o tornando mais crítico diante dos aspectos que lhe são apresentados. Além de potencializá-lo a ser uma pessoa melhor, seu caráter imagético e criativo é amplamente desenvolvido”, explica o professor universitário.

No Colégio Estadual do Campo de Gonçalves Júnior é desenvolvido o projeto “Volta ao mundo literário: viajando entre páginas e versos”, que  incentiva os alunos a conhecerem o mundo da literatura, considerando que durante as aula os professores têm dificuldade em trabalhar com livros e o retorno presencial das aulas mostra defasagens na escrita e na interpretação. “Temos muitos alunos que têm dificuldade na escrita, pensamento crítico e interpretação de texto, isso tudo é ocasionado pela falta da leitura”, disse a professora coordenadora do projeto, Flávia Elis Kublinski.

Segundo ela, os alunos estão motivados com a proposta literária e têm organizado os livros, de acordo com os gêneros literários, em uma sala da instituição – que atualmente não tem uma biblioteca. “A casa antiga onde usávamos como biblioteca precisa ser reformada, então estamos preparando uma sala aconchegante para que os alunos possam fazer uma leitura prazerosa e despertem o gosto pela literatura”, conta Flávia, acrescentando que, futuramente, o colégio pretende abrir a biblioteca da escola para toda a comunidade. Segundo a professora, muitos pais, que são agricultores, não tiveram a oportunidade de conhecer uma biblioteca, de conhecer a literatura.

Flávia explica que o acesso à educação e à leitura pode transformar a vida dos filhos de agricultores, dando-lhes a possibilidade de escolherem outras profissões ou até mesmo de trazerem novas tecnologias para a própria agricultura, se esta for a escolha profissional deles.  “O foco da comunidade está geralmente voltado somente ao trabalho, especialmente na agricultura, nada contra isso, mas é preciso abrir mais portas para as pessoa