Setembro Amarelo: expressar sentimentos e problemas pode evitar o suicídio
O mês é dedicado à conscientização da população sobre a importância da prevenção do suicídio. Psicólogas explicam como as relações humanas podem contribuir para evitar o suicídio e como buscar tratamentos gratuitos na região
Este mês é dedicado à campanha “Setembro Amarelo” que tem como objetivo a conscientização da população sobre a importância da prevenção do suicídio. A ideia é ressaltar a necessidade das pessoas cuidarem mais umas das outras, promovendo uma sensibilização maior quanto a olhar e ajudar o próximo, estar à disposição para ouvir e acolher quem precisa. “Nós temos medo de que se a pessoa contar o que sente vai fazer o ato, e é justamente o fato de contar que permite que o indivíduo pense no que está falando, quando se comunica tira um pouco do peso que está sentindo”, afirma a professora de Psicologia Claudia Regina Magnabosco Martins, coordenadora da Clínica-Escola de Psicologia da Unicentro.
Ela explica que a população em geral entende o suicídio como algo que pode estar prestes a acontecer e falar sobre irá dar chance para que se concretize, também há profissionais que defendem que é mais prudente não falar do assunto. Entretanto, a questão que Claudia ressalta, especialmente diante do “Setembro Amarelo”, é a necessidade de falar e não sufocar sentimentos em hipótese alguma. “Mesmo que o que a pessoa esteja sentindo a faça pensar em morrer, deixar as pessoas falarem sobre absolutamente tudo o que pensam é fundamental, pois são os pensamentos e os sentimentos que podem levar a pessoa a fazer algo”, diz.
Procurando levar mais informação à população, principalmente aos profissionais que atuam nas áreas de saúde e educação, durante o “Setembro Amarelo”, o Centro de Atenção Psicossocial CAPS II CIS Amcespar de Irati realizou uma palestra on-line com o tema: “Abordagem técnica a tentativa de suicídio”, ministrada pelo major Diógenes Munhoz, do Corpo de Bombeiros de São Paulo. O evento contou com a participação de vários profissionais da rede intersetorial dos municípios pertencentes a 4ª Regional de Saúde. “O objetivo desse encontro foi levar informações aos profissionais atuantes, sobre a importância da abordagem humanizada frente às tentativas de suicídio”, explica a psicóloga Paula Jordania Macarroni, coordenadora do CAPSII.
Dificuldades da atualidade
Atualmente, demonstrar bem-estar, consumir e ocupar o dia e a noite com coisas para fazer é um resumo do cotidiano de grande parte das pessoas. A psicóloga Claudia alerta que isto pode conduzir as pessoas a viverem solitárias, com suas dificuldades. Ela frisa que há uma sobra de ocupações com tecnologias e uma falta de relação humana entre as pessoas.
“Falar sobre os problemas hoje em dia parece que é dizer que o mundo não é tão bom, as pessoas fogem dos seus pensamentos e sentimentos. Se várias pessoas estão com dificuldades emocionais é porque esse mundo está um pouco pesado para todos nós, precisamos rever as exigências, o modo de vida que estamos levando, essas questões levam as pessoas a adoecer”, diz. A coordenadora da Clínica-Escola de Psicologia da Unicentro acredita que diante do crescimento do número de tentativas e de suicídios, “precisamos parar um pouco e pensar que alguma coisa está acontecendo de errado e precisamos ajudar o próximo e se ajudar dentro das nossas possibilidades”.
A tristeza pode abater qualquer indivíduo em a

