Violência contra mulher, o que pode ser feito para mudar esta realidade?
São muitas as formas de violência contra as mulheres, mas nem todas são tratadas com a seriedade que merecem. Diversas organizações, como o Numape e a Procuradoria da Mulher da Câmara de Irati trabalham para conscientizar a sociedade
O Paraná realizou diversas ações de conscientização no último dia 22 de julho, Dia Estadual do Combate ao Feminicídio, com objetivo de promover reflexões e atitudes de prevenção para evitar que as diversas formas de violência progridam até que aconteça o feminicídio, que é assassinato de mulheres cometido em razão do gênero, quando a vítima é morta por ser mulher. Antes de ocorrer o crime, quais são as formas de violência doméstica e familiar que muitas mulheres enfrentam? E o quer pode ser feito para mudar isso?
As violências psicológica e a moral costumam anteceder a violência física. O ciúme aparentemente “inofensivo” pode evoluir para o controle das relações familiares, do círculo de amizade da mulher, controle das roupas e aparência, xingamentos e difamação. A coordenadora do Núcleo Maria da Penha (Numape) de Irati, Kátia Alexsandra dos Santos, explica que a violência doméstica é um fenômeno complexo, que se organiza a partir das relações desiguais de gênero e de uma estrutura de base patriarcal que constitui a sociedade. “A desigualdade de gênero se manifesta desde as relações de trabalho, mídia e esportes, por exemplo, até nas relações interpessoais, como família e relacionamentos amorosos”, detalha Kátia.
Cada caso tem aspectos diferentes, comenta a psicóloga do Numape de Irati, Izabel Cristina Soares. “O alerta fica para a singularidade de cada caso, que pode ter uma série de acontecimentos diferentes e desencadear um ciclo de violência. Podendo variar as manifestações de violência e até mesmo passar por fases mais tranquilas, como um pedido de desculpas e promessas de mudança por parte do agressor – que dificilmente se concretizam -, até retornar, aos poucos, à violência habitual. Esse processo é chamado ciclo da violência”, explica a psicóloga.
A vereadora e procuradora da Mulher da Câmara Municipal de Irati, Vera Gabardo, reforça a perspectiva de resgatar as mulheres vítimas de violência, lhes oferecendo condições para que elas consigam sair desse ciclo vicioso. “Nós mulheres precisamos ter autonomia, sermos empoderadas para que possamos escolher a cor do batom que vamos usar, lembrando sempre que todo e qualquer relacionamento só é saudável quando existe respeito, paz e amor”, alerta a vereadora.
Os casos mais comuns que chegam até o Numape são os de violência física, entretanto quando a equipe entra em contato com as vítimas verifica que todos os casos possuem algum nível violência psicológica, e ainda outros tipos de violência, como moral, patrimonial e sexual.
“Toda e qualquer forma de violência gera diversas consequências na vida das mulheres, que vão desde prejuízo à autoestima, ao corpo, à sexualidade, além de prejuízos financeiros e emocionais, até a própria vida, nos casos de feminicídio”, enfatiza Fernanda Sabei de Souza Santos, que atua como estagiária de psicologia no Numape.
Campanha “Sinal Vermelho”
Na última semana, a Procuradoria da Mulher de Irati realizou uma ação de caráter preventivo nos bairros e no centro do município, distribuindo panfletos e orientando as mulheres em relação à violência doméstica e famili

