Influência dos imigrantes poloneses, ucranianos e italianos permanece viva até hoje em Irati

Por Redação 3 min de leitura

Imigrantes foram responsáveis por traços culturais, pratos da culinária convencional na região (como o pirogue), apego à religiosidade, definições arquitetônicas, danças e muitos outros aspectos do cotidiano da cidade

Irati completou 114 anos de emancipação política, na quinta-feira (15). O município que se formou com a construção da estrada de ferro carrega consigo a identidade das etnias que trouxeram hábitos culturais, culinária, religiosidade e outras influências, responsáveis pelas características do povo iratiense.

Poloneses, ucranianos e italianos foram a maioria dos imigrantes que vieram para os municípios da região Centro Sul. Além de alemães, holandeses e outras etnias com menor presença.

Depois de mais de um século, Irati permanece com as marcas dos povos que deixaram a Europa, abalados pela Segunda Guerra Mundial e com a propaganda de que no Brasil teriam acesso à terras vastas e férteis para cultivar.  Em busca de uma vida melhor, estes imigrantes europeus se instalaram no município e na região.  Com grandes esforços fundaram igrejas, escolas, desenvolveram a agricultura e ainda nos dias atuais, muitos deles conseguem manter vivas as tradições e os princípios de seus antepassados. 

Religião

Ao chegarem ao Brasil, além de construírem suas casas, os imigrantes buscaram fundar capelas, que depois se tornaram paróquias.  Exemplo disso é a igreja São Miguel,  que ficou conhecida como a  “igreja dos poloneses” ou a “igreja dos polacos”, porque foram integrantes desta etnia que doaram o terreno e a edificaram. A igreja foi transformada em paróquia em 1948, é o símbolo da presença do povo polonês em Irati.

“No dia 26 de agosto é comemorado o dia de Nossa Senhora de Monte Claro ou Częstochowa, que é a padroeira da Polônia, neste dia as igrejas polonesas fazem a missa na língua polonesa”, conta Nelsi Antonia Pabis, descendente de poloneses.

Já a paróquia Imaculado Coração de Maria pratica o rito-ucraniano e faz celebrações na língua ucraniana. “Tudo se iniciava pela igreja, que era e continua sendo para nós o centro de tudo.  Geralmente, junto com as igrejas já se construía um clube, para a parte cultural ser praticada”, relatou o padre ucraniano Deonísio Mazur.

O padre explica que há igrejas católicas do rito-ucraniano e igrejas ortodoxas, como a de Gonçalves Júnior. Ambas foram fundadas por descendentes de ucranianos e preservam a língua. A diferença é que as igrejas ortodoxas ucranianas seguem o calendário juliano, por isso comemorações de Páscoa, Natal e Ano Novo são em datas diferentes.

Educação

Além de terem o ideal de possuir terras para plantar, os poloneses e ucranianos que migraram para a região zelavam também pela educação dos filhos, vida social e cultural. Eles foram responsáveis por várias das escolas fundadas no município. 

Nelsi Pabis afirma que uma das primeiras escolas fundadas pelos poloneses em Irati foi na Serra dos Nogueiras. “Depois dessa, teve uma escola no espaço onde é hoje o Clube Polonês. O modelo de escolas polonesas tem um palco, pois era costume de, nos finais de semana, serem feitas apresentações, teatros e danças pelos alunos e comunidade”, afirma.

No Itapará, que concentrou os descendentes de ucranianos, de acordo com a revista “Irati, Teu Nome é Educação” – uma das publicações editadas por José Maria Orreda, por ocasião do Centenári