Autismo: os maiores desafios estão nos autistas ou na sociedade em aceitá-los?

Por Redação 4 min de leitura

Abril tem como foco a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), resta saber se a dificuldade maior está na vivência das pessoas que têm o transtorno ou na sociedade que ainda não tomou conhecimento sobre o assunto

O mês de abril é dedicado à conscientização sobre o Autismo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por um déficit na comunicação e interação social e comportamentos restritos. Dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), apontam que hoje existe um caso de autismo a cada 110 pessoas. No Brasil, estimam-se cerca de 2 milhões de autistas. Para entender como é cotidiano dos autistas entrevistamos uma família iratiense que tem um filho com TEA, que não quis se identificar. A criança será tratada pelo nome fictício de Victor. E também conversamos a professora da sala de Recursos Multifuncionais da rede Estadual e Municipal de ensino, Roseli Malach Marochi, que conta sobre o processo de ensino e aprendizado destes alunos.

A mãe de Victor conta que a descoberta do autismo foi um pouco demorada, pois o menino não possuía características evidentes e mais comuns do autismo, o que levou os médicos a diagnosticá-lo, no início, com atraso no desenvolvimento.  O diagnóstico de TEA, de um nível entre leve e moderado, veio após os 5 anos de idade.  Segundo a mãe como havia já um caminho de muita investigação para se entender o que ocorria de diferente no desenvolvimento do menino, a confirmação médica não trouxe fortes impactos.

A rotina foi afetada, sendo necessário buscar orientações, atividades, estímulos e atendimentos, visando o melhor desenvolvimento. Consequentemente estes esforços demandam tempo, persistência, investimento e confiança, conforme relatou a mãe.

As dificuldades de aprendizado são grandes, mas são minimizadas com o apoio da escola. “A equipe pedagógica e os professores dispostos a promoverem avanços em seu processo de aprendizado. Felizmente, em nossa caminhada com Victor temos encontrado profissionais na escola e fora da escola que fizeram e fazem a diferença, auxiliando-o no desenvolvimento de suas habilidades acadêmicas, comunicativas e sociais”, conta a mãe.

A professora Roseli Malach Marochi ressalta a sua experiência com alunos autistas e afirma que nenhum aluno é igual, nenhum aprende do mesmo jeito, aquilo que dá certo para um, não serve para o outro, ou seja, cada aprendizado ocorre de maneira singular e para isso é preciso que o professor esteja disposto a aprender a ensinar cada um dentro de suas particularidades.

“Temos na internet várias dicas de como trabalhar com um aluno autista, dicas de atividades, contudo é somente conhecendo o aluno que vamos saber como é que ele aprende. Por isso, é necessário que estejamos abertos à inovação. São tentativas e nem sempre elas dão certo. Mas com compromisso e responsabilidade, fazendo um trabalho colaborativo com professores do ensino comum, com a família, com os profissionais que atendem esses alunos, acreditando sempre no potencial dos alunos, atingiremos nossos objetivos”.

Roseli trabalha em duas escolas, uma da rede municipal e outra da rede estadual e fala que não existe uma receita de como trabalhar com este ou com aquele aluno, entretanto o  diagnóstico de TEA  dá aos professores um rumo. E eles precisam “conhecer o aluno”, saber como ele aprende, como ele reage ao que é ensinado, para poder direcionar o trabalho. “A educação especial nos dá esse direcionamento, aponta caminhos e cabe a cada um, no seu dia a dia, ir se aperfeiçoando, conhecendo os alunos e estando aberto para recome&ccedi