Editorial – Vigilância sanitária eficiente e aumento das exportações de carne

Por Redação 3 min de leitura

Ser uma área livre de febre aftosa, sem a necessidade de vacinar o rebanho, é o objetivo que o Governo do Paraná quer alcançar internacionalmente até 2021. A intenção é que o estado possa conseguir alcançar melhores preços internacionalmente e avançar em mercados que ainda não são explorados, aumentando assim a exportação e a comercialização do produto paranaense.

Internacionalmente, países como Coreia do Sul e Japão, pagam mais por carnes que venham de área livre de febre aftosa, sem vacinação. A valorização parte de um raciocínio simples: um local em que não há vacinação e que, mesmo assim, não apresenta a doença, demonstra que há uma vigilância sanitária eficiente e que evita uma contaminação, dando assim, mais segurança de que o produto que está sendo comprado é de qualidade. Nesse raciocínio, a vacinação é uma demonstração que algo pode sair do controle, tirando a segurança do comprador sobre a qualidade do produto.

A fiscalização é o principal desafio que o estado possui para que o reconhecimento seja conquistado em 2021. A partir de janeiro, nenhum animal de área vacinada poderá entrar no estado. Barreiras já foram montadas e servidores deverão fazer a fiscalização. Nas regiões, mais fiscais deverão conferir os rebanhos atuais, verificar se a doença não reaparece, analisar documentações e checar se não há divergências nas informações prestadas.

É esse trabalho de fiscalização que gera polêmica entre alguns produtores. A crítica deles é que poderia haver falhas na fiscalização e assim, o rebanho estaria mais exposto à doença, já que não tem vacinação, fazendo com que os custos e as vantagens do processo não compensassem todo o projeto. A desconfiança não veio do nada, já que situações como a Operação Carne Franca, envolvendo agentes do Ministério da Agricultura, prejudicaram muito a confiança do mercado.

Contudo, o que é possível perceber é que o trabalho no Paraná não é de hoje, mas sim, de muito tempo. As etapas foram planejadas, e nacionalmente, o reconhecimento já existe. Estruturas já foram montadas, mas é interessante aumentar o número de fiscais já que o rebanho do Paraná é de 9,2 milhões de cabeças. Portanto, o olhar para o processo de fiscalização deverá ser visto com rigor já que este é o ponto essencial que ajudará no reconhecimento e nas futuras vantagens que o projeto dará ao estado.