Editorial- Verdadeira solução

Por Redação 3 min de leitura

Após mais de um ano do anúncio da instalação de uma empresa que transformará o lixo em madeira biossintética em Irati, foi liberada nessa semana a licença ambiental prévia que dá realmente o início para a implantação do projeto.

Um dos entraves para a demora é a inovação. A tecnologia que será usada pela empresa Atena Engenharia, do Rio de Janeiro, foi elaborada por uma empresa do Rio Grande do Sul e apenas foi usada com lixo industrial.

Com o projeto, o município de Irati deverá ser pioneiro ao usar resíduos urbanos para essa transformação. E esse pioneirismo que fez com que o processo fosse um pouco mais lento do que o esperado, por não se ter experiências em outros lugares. No entanto, reuniões foram feitas e a empresa conseguiu explicar aos órgãos como o projeto funcionará e a licença foi expedida.

A instalação deverá começar no próximo mês, mas apenas o funcionamento efetivo tem previsão de ser a partir de 2020. Instalada e funcionando, a empresa trará empregos e ajudará na solução da destinação do lixo em Irati.

Se a experiência for positiva em Irati, o modelo se tornará um ótimo exemplo de como a tecnologia pode trazer soluções para problemas reais. E mais ainda, como novas soluções podem ajudar a preservar o meio ambiente e trazer ideias para que o ser humano conviva e se desenvolva, sem ter que destruir.

A demora do processo tem demonstrado que o projeto está sendo analisado criteriosamente pelos órgãos competentes, como Instituto Ambiental do Paraná, e isso é importante. O projeto vem para solucionar e não causar mais problemas. E se de fato solucionar, Irati poderá ser o local aonde muitos municípios virão para tentar reproduzir o mesmo modelo. Isso porque o lixo é um grande problema mundial, podendo até mesmo motivar problemas diplomáticos.

Neste ano, Filipinas e Indonésia devolveram toneladas de lixo recebidos do Canadá e Austrália, respectivamente, num movimento de países asiáticos que se recusavam ser o que chamam de “lixão do mundo”. O transbordo tem sido uma das poucas soluções disponíveis aos municípios, mas é caro e não apresenta uma solução definitiva, empurrando o problema para outros. O projeto em Irati pode trazer uma verdadeira revolução em como os municípios encaram os resíduos urbanos.