Saúde mental em desastres é tema de Congresso Internacional em Irati

Por Redação 3 min de leitura

Um terremoto atinge uma cidade. Uma barragem estoura e invade outra cidade. Um incêndio em uma boate mata centenas de jovens. Um país tem diversas perdas humanas por causa de uma doença. Todas essas situações drásticas geram perdas de pessoas, familiares e amigos, além de impactar a população em geral. Como ajudar alguém que passou por algum desses desastres?

Foi com a missão de responder essa pergunta que os psicólogos Volnei Dassoler e Débora Noal falaram sobre suas experiências com sobreviventes da boate Kiss, em Santa Maria (RS), e com vítimas atendidas pela organização Médico Sem Fronteiras na América Latina e África.

A palestra ocorreu durante o IV Congresso Internacional de Saúde Mental, realizado na última semana, na Unicentro, campus de Irati, e que reuniu estudantes de psicologia, professores, pesquisadores e interessados pelo tema. Sob o título “Estratégias de atenção psicossocial em eventos críticos, situações de emergências e desastres”, os psicólogos também mostraram estratégias que podem ser usados por psicólogos nessas situações.

Médico Sem Fronteiras

Quando um desastre acontece no mundo, médicos e diversos profissionais de saúde são chamados para em 24 horas estarem no local e tratar das vítimas. Essa é a realidade da psicóloga Debora Noal que atua na organização Médico Sem Fronteiras há 11 anos.

Responsável no cuidado direto com as vítimas, Débora relata que nas primeiras horas é preciso montar uma estratégia de cuidado de saúde mental e iniciar os atendimentos, além de formar equipes em países onde há psicólogos ou equipes de saúde mental.

Foi a experiência utilizada em campo que ela trouxe ao público na última semana, onde compartilhou alguns métodos de ação, como informar sobre a situação às vítimas e se tornar uma ponte para encontrar a rede afetiva da pessoa, como familiares e amigos. Estratégias como disponibilizar um panfleto com as principais informações, como o que aconteceu e quais as reações esperadas a se ter são algumas das ações simples implantadas nas primeiras 24 horas.

No entanto, o maior desafio é conseguir atuar respeitando a cultura local, e os demais profissionais, que podem ter visões diferentes já que são oriundos de diversos países. “É sempre um grande jogo de cintura. Você tem normalmente poucas horas e pouco tempo para entender a estrutura cultural que você está entrando e qual é essa equipe que você está trabalhando, porque na organização que eu trabalho são mais ou menos 42 mil pessoas trabalhando, então nunca sabemos quem será enviado para aquela missão específica. Nós só sabemos que tem uma língua comum que a gente vai falar, que é ou o francês ou o inglês, entre nós e com a população nós vamos ter um tradutor”, explica.

Pastor

Foi com a história de um pastor na República Democrática do Congo que ela mostrou como a cultura local e as relações afetivas podem influenciar na recuperação, e como o profissional pode montar estratégias que ajudem nesse processo. Quando ela esteve no país, este enfrentava uma epidemia de ebola, doença que faz a pessoa ser is