Dia de Finados: Fieis atribuem milagres às “santas populares”
Elas não são beatificadas ou canonizadas, mas fieis atribuem histórias de milagres a elas. Conheça as histórias de Albertina e irmã Anatólia
Em 2 de novembro é celebrado o Dia de Finados, data em que muitos homenageiam seus entes queridos que já faleceram. Nos cemitérios de Prudentópolis e de Irati há túmulos que recebem, além dos familiares, grande número de visitantes para agradecer bênçãos que acreditam terem recebido ou para fazer pedidos.
Um desses túmulos é da professora Albertina Nascimento dos Santos, enterrada em Irati. Em sua lápide podem ser encontradas muitas flores e placas que simbolizam a gratidão dos fieis que a visitam todos os anos o local. O outro é de irmã Anatólia, que morreu no ano de 1955, vítima de gangrena. Localizado em Prudentópolis, o túmulo também é enfeitado por placas e flores, em agradecimento.
Sem muitos registros históricos, o túmulo de Albertina no Cemitério Municipal de Irati se tornou um local de peregrinação há muito tempo. Fieis veem na figura da professora uma santidade e atribuem diversos milagres a ela.
Segundo Araci de Lurdes Silveira, a história de milagres passa de geração a geração, e a visitação acontece desde a época de sua morte. As pessoas visitam, fazem seus pedidos e agradecem às bênçãos. “As pessoas vinham e vem pedir graças a ela e ela atende. Eu conheci muita gente que já foi atendido”, conta.
Estevo dos Santos é responsável pelo Cemitério Municipal há 25 anos e confirma as poucas informações sobre a professora que faz milagres. Ele conta que o local onde Albertina está enterrada não possui nenhum dado. No livro onde constam informações sobre os falecidos e enterrados no local, está descrito apenas o nome e o local onde está o corpo de Albertina.
Já em Prudentópolis, a história de milagres da irmã Anatólia se tornou famosa em diversos estados brasileiros. Os milagres concedidos chamaram atenção e um processo de beatificação de irmã Anatólia foi aberto em 1993 para reunir os relatos de graças alcançadas.
Para Roseli Iaguella Sybrux, a recuperação de sua filha Maria Eduarda Sybrux é um dos milagres concedidos pela irmã Anatólia. “A Maria Eduarda tinha uns dois, três anos. Ela começou a ter muita tosse, uma tosse seca, que parecia que machucava. Eu levava ela na pediatra e ele dava um xarope, um antialérgico, e dizia para aguardar, mas aquilo não melhorava”, conta.
Mesmo com todos os remédios, a menina não melhorava, sempre tinha crises e dificuldades para respirar. “Acabei levando ela em um otorrino que vinha aqui em Prudentópolis. Esse otorrino atendeu ela, deu uma medicação e mandou ela voltar com 15 dias. Eu voltei na consulta e ele disse: ‘Olha mãe eu tenho meu consultório em Guarapuava, eu quero que você pegue a Maria Eduarda e vá lá para fazermos a cirurgia dela. O valor é R$2.400,00, eu tenho que tirar as amígdalas dela. É devido à adenoide’”, relata a mãe.
Depois do diagnóstico de que a menina precisaria passar por uma cirurgia, a mãe ficou inconsolável. “Eu saí lá do consultório desesperada porque ela é uma criança. Foi um diagnóstico muito rápido, muito drástico, sem exame, sem nada. Só simplesmente olhou e quis fazer a cirurgia”, diz.
Em busca de uma segunda opinião, Roseli buscou atendimento para Maria Eduarda em Guarapuav

