Projeto da Paróquia São Miguel ajuda famílias com cestas básicas

Por Redação 4 min de leitura

Famílias que passam por dificuldades financeiras recebem mensalmente alimentos doados por voluntários da Paróquia São Miguel. Confira a história de algumas dessas famílias

Josmara Mendes está desempregada e tem uma filha de onze anos. Atualmente, um auxílio do Bolsa Família e uma cesta básica que recebe da Paróquia São Miguel são os meios para sobreviver todo o mês. O pai da criança contribui pagando o aluguel e a água. 
Mais do que receber ajuda, Josmara conta que a maior dificuldade é não poder trabalhar, pois não tem com quem deixar sua filha. “Às vezes quando preciso trabalhar, porque precisa comprar alguma coisa na casa, eu falo para minha filha: ‘Você não vai para a aula hoje, vai trabalhar com a mãe’. Ela perde um dia de aula, para poder ter um alimento”, disse.
Quando a criança era mais nova, frequentava o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) na escola do bairro Vila Nova, mas ele foi cancelado. “A criança ficava a parte da manhã toda, almoçava na escola e a tarde ficava na aula. Ajudava muito porque eu trabalhava”, afirmou.
Do outro lado de Irati, vive Elvira da Rocha, de 61 anos. As dificuldades iniciaram há três anos, desde que o marido a deixou, após 32 anos de casados. Com uma vida dedicada exclusivamente para o casamento, seu sustento agora vem do Bolsa Família, dos R$200 que recebe mensalmente de um filho que mora em Curitiba e das latinhas que junta e vende. A cesta básica da Paróquia São Miguel que recebe todo mês complementa seu sustento.
Tomando medicamento contínuo e com vários problemas de saúde, ela conta que não tem condições de trabalhar. Além disso, enfrenta o problema de não encontrar todos os remédios que ela necessita no Sistema Único de Saúde (SUS). “Comprei um remédio que é para tomar duas vezes por semana, e estou tomando uma vez por semana para render”, disse.
As histórias de Josmara e Elvira são apenas duas das mais de 30 famílias cadastradas no projeto Pastoral Social da Paróquia São Miguel de Irati. 
O projeto funciona desde 2009 e a coordenadora Luiza Delong relata que o desemprego é uma das principais causas para que essa ajuda exista. Muitas famílias têm condições de trabalhar, mas não encontram empregos e precisam recorrer a este recurso. “Têm famílias que pedem até para ajudar achar emprego. Senhoras que querem serviço de diarista. Senhores que querem serviço por dia e não conseguem”, comenta. 
Mas há também os que realmente necessitam como idosos, que são em sua maioria doentes e que não possuem condições de trabalho, como é o caso de Elvira.
E casos como o de Josmara, que têm dificuldades em relação a deixar os filhos para trabalhar, também se repetem. “Não tem como trabalhar e deixar a criança sozinha. Não tem quem ajude. Então, são situações que a pessoa diz: ‘Eu posso trabalhar, mas e o meu filho?’. São situações que tem que ajudar”, destacou. 
Por isso, a ação da pastoral se torna importante. “Procuramos atender as famílias da nossa paróquia. Nós somos procurados por famílias de outras paróquias também, mas não temos condições de atender todo mundo. Procuramos encaminhar aos órgãos do município, aos Cras [Centro de Referência de Assistência Social] e a Provopar [Programa do Voluntariado Paranaense], mas nunca mandamos ninguém embora de mãos vazias”, disse.