Censo agropecuário indica que 57,37% das lavouras da região usam plantio direto

Por Redação 4 min de leitura

Engenheiro agrônomo da Emater de Irati explica o que é este sistema que favorece a preservação do solo, a boa nutrição das plantas e a redução de pragas, o que pode melhorar a produtividade

O uso do sistema de plantio direto na palha está em 57,37% dos estabelecimentos agrícolas da região, isto é, em pouco mais da metade dos 16.637 estabelecimentos agropecuários da região. O dado faz parte dos resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a região de Irati. O dado é referente aos municípios de Fernandes Pinheiro, Irati, Ivaí, Prudentópolis, Rebouças, Teixeira Soares, Guamiranga, Imbituva e Inácio Martins.
A técnica do sistema de plantio direto tem o objetivo de conservar o solo. “O plantio direto é um conjunto de ações agronômicas planejadas, que não são tomadas em cima da hora e que visa, prioritariamente, o manejo e conservação de solo e água nas áreas rurais”, comenta o engenheiro agrônomo, Flavio Cardoso D’Angelo.
No plantio direto, o agricultor planta por cima de uma cobertura, sem a necessidade de fazer um manejo do solo com o arado todas as vezes em que for plantar uma nova cultura. “Trabalha com questão de cobertura verde ou cobertura morta no solo, que são plantas que foram estabelecidas na área de plantio direto para fazer a cobertura do solo, e evitar que as gotas da chuva batam diretamente no solo, que isso é o maior fato de degradação do solo, é esse impacto da água da chuva no solo. Essas coberturas verdes, ou coberturas mortas, servem para manter a cobertura do solo, mantendo a vida microbiana com maior vigor, os organismos favoráveis que têm no solo, e filtra a água, mantendo a temperatura e sendo fator prioritário para quando existe alguns períodos de seca ou veranico, como é o caso do nosso inverno que está carente de chuva”, explica. O trabalho com o arado é feito apenas de três em três anos, por exemplo, para manutenção do solo.
De acordo com o engenheiro agrônomo, o plantio direto pode aumentar a produtividade, mas o resultado pode ser visto a longo prazo. “Quando ele adota, ele consegue aumentar a umidade do solo e também a matéria orgânica que tem no solo, e com isso, ele retém um pouco mais de umidade, e faz com que ele tenha um custo menor de produção ao longo do tempo”, disse.
 

Dificuldade de adesão

Apesar de ser encontrada em pouco mais da metade das lavouras da região, o sistema de plantio direto ainda sofre resistência por alguns agricultores.
Segundo o engenheiro agrônomo, a resistência é gerada por diversos fatores. Um deles é a questão cultural, já que muitos herdaram o ofício de seus pais e avós, e têm dificuldade de aderir a um novo modo de plantar, diferente daquele aprendido com seus ancestrais. “Às vezes, alguns imigrantes de países que tinham climas frios, onde era necessário fazer o tombamento, a aração do terreno”, conta.
Outra questão é a financeira, já que algumas práticas pedem o uso de equipamento específico. O engenheiro agrônomo explica que há financiamentos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para este objetivo, mas mesmo assim, o agricultor possui dificuldades. “Ele tem que mudar não somente a forma de trabalhar, a cabeça, mas às vezes tem que fazer um investimento no equipamento, isso acaba sendo um dificultador a mais para implantação do sistema”, relata.
Ele também destaca que a conscientização dos agriculto