Comunidade Bethânia: um caminho para a recuperação
João e Valter encontraram na Comunidade Bethânia um caminho para ajudá-los no combate ao vício em álcool e drogas. Conheça as suas histórias e como é o processo durante a recuperação
A cada dia cresce o número de pesquisadores que tentam descobrir o que leva uma pessoa a consumir álcool e drogas. Por mais que especialistas em tratamento de dependência química busquem soluções, aparentemente ainda estamos bem longe de chegar a um denominador comum e resolver essa questão que vem ceifando vidas cada vez mais.
Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) diz que cerca de 5% da população mundial usaram drogas pelo menos uma vez nos últimos anos e que um total estimado de 30 milhões de pessoas são dependentes de narcóticos até o ponto de precisar de tratamento.
Os motivos que levam uma pessoa a fazer o uso de drogas são os mais diversos. Cada um tem uma questão diferente, e ao contrário do que muita gente fala, os dependentes químicos não são iguais. Os principais motivos para a iniciação no mundo da droga costumam ser pobreza, más companhias, falta de incentivo os estudos pelos pais e responsáveis, preconceito e problemas sentimentais e emocionais.
Casos
Pessoas que sofrem com o vício das drogas acabam sofrendo também com o descontrole emocional causado pelas substâncias. Esse descontrole faz com que muitos desacreditem na vida, nas pessoas e no mundo.
Esse é o caso de João Acir de Andrade e Valter Kowaski, que tiveram suas vidas marcadas pelo vício. João foi dependente do álcool por 10 anos e há seis meses luta conta o vício. “Cheguei totalmente destruído pelo álcool. O álcool me destruiu por completo. A questão moral, questão espiritual, cheguei aqui em estado de depressão, não tinha ânimo para nada”, conta.
Valter também foi alcoólatra, dependente químico, e sofreu experiências negativas devido ao vício. “Com 18 anos sofri um acidente. Eu estava em coma alcoólico, tinha tomado 12 litros de vodka. Fiquei em coma induzido por um mês e meio. O cirurgião falou que eu estava com 2% de vida. Mandou minha mãe comprar um caixão. Minha mãe não acreditou e foi atrás das igrejas, pediu orações e eu estou aqui”, comenta.
Mesmo depois do acidente que quase ceifou a sua vida, ele não conseguiu se livrar do vício. Além de álcool, passou a usar drogas químicas como a cocaína. “Depois disso acabei nas drogas. Acabou com a minha vida. Eu usava de tudo. Era um total flex, mas eu era mais da cocaína”, fala Valter em tom de desaprovação pelo ocorrido.
Devido à dependência pelo álcool, João também esteve desacreditado na vida. Ele achava que a única maneira de se libertar do vício era com a morte, por isso tentou suicídio por quatro vezes. “Tive ao longo do meu histórico de alcoolismo quatro tentativas de suicídio, uma ingerindo veneno, outra tentando cortar uma veia, uma por afogamento e outra tentando me enforcar. Em consequência do álcool, eu tive também três paradas cardíacas, no ano passado. Depois de maio eu praticamente caí em uma psiquiatria aqui em Irati”, conta.
O vício

