Entre o sonho e a realidade: o percurso de quem sonha jogar no futebol profissional

Por Redação 3 min de leitura

À primeira vista, eles aparentam serem apenas crianças e adolescentes tímidos. Mas é quando tocam a bola, que os destaques aparecem. Muitos deles sonham em se profissionalizar e viver o sonho de ser um jogador de futebol profissional. No entanto, até chegar lá, normalmente precisam passar por um longo caminho de dificuldades e rejeições.

Para muitos, o caminho começa nas escolinhas de futebol, como a existente em Fernandes Pinheiro, desde o ano passado, a Escolinha Furacão, uma parceira entre a prefeitura e o Atlético. Ou a existente em Teixeira Soares, que teve início neste ano, uma parceria entre a prefeitura e o Coritiba. Também pode começar na própria rede municipal de ensino. 

Kenidi Gustavo Rodrigues, de 11 anos, começou a jogar futebol com 5 anos, em aulas vinculadas à escola, já que não havia escolinha para participar. O mesmo caminho também foi traçado aos 5 anos por Gabriel Henrique Gomes, hoje com 13 anos, e por João Tiago Ribas Fernandes aos 7 anos, hoje com 13 anos.

Os três saiam de Fernandes Pinheiro duas vezes por semana para ir até Irati, onde treinavam. Contudo, a dificuldade fez com que um deles pausasse o sonho. “Eu parei”, disse Gabriel. O diretor do Departamento de Esportes, Giovane Gonçalves dos Santos, explica que as condições fizeram com que ele pausasse. “Pararam pela dificuldade de ir. Os pais que levavam, eles não tinham condições de estar indo pra lá”, relatou.

Kenidi e João continuaram competindo, no entanto acabaram voltando para Fernandes Pinheiro. “Depois dos 10 anos, nós fomos para Assifusa, depois não deu certo e voltamos”, disse Kenidi.

A ida da Escolinha Furacãopara o município ajudou os meninos a continuar perseguindo seus sonhos, permitindo a eles frequentar os treinos de forma mais fácil. “Moro aqui perto”, explica Kenidi. Os treinos continuam a ser duas vezes por semana e eles já puderam até participar de peneiras – seletivas de novos talentos feitas pelos clubes.

É nas peneiras que os garotos encontram uma oportunidade para crescer no futebol. Entretanto, os meninos ainda em idade precoce precisam lidar com a rejeição. “Eu fui até Curitiba fazer teste. O Giovane me levou, mas não consegui passar (…). Por mim eu pensei que se eu passasse era mais fácil de se tornar profissional, mas agora deve ter mais dificuldade do que antes. Agora é se dedicar e tentar passar”, relatou Kenidi.

Essa persistência de continuar no sonho é incentivada pelos pais. “A avó disse que se der certo é melhor, mas se não conseguir tem que ir atrás”, disse Kenidi. “Meu pai me incentiva a ficar tentando até conseguir”, relata Gabriel.

Futebol feminino

Se para o futebol masculino, as dificuldades são grandes, para as meninas que se espelham na jogadora Marta, a dificuldade é ainda maior. KemillyEmanueli Carneiro, de 12 anos, e Márcia Sandrielly, de 11 anos, têm o sonho de se profissionalizar, mas somente com a entrada da Escolinha Furacão em Fernandes Pinheiro é que elas conseguiram começar a materializar o sonho.

Mais tímidas que os garotos, as meninas nunca participaram de