Superlotação e déficit de funcionários nas delegacias da região preocupa Polícia Civil

Por Redação 3 min de leitura

Cinco fugas de carceragens de delegacias da região foram registradas no ano de 2017 e nestes primeiros meses de 2018, todas em unidades superlotadas, que chegam a abrigar mais do que o triplo da capacidade.  Em Prudentópolis, foram três fugas só no ano passado, em Rebouças duas, uma em 2017 e outra recentemente. Em Irati ocorreu uma rebeliãoem 2017. E as tentativas de fuga são ainda mais frequentes e ocorrem em praticamente todas as carceragens.  A questão das fugas é atacada há muitos anos pelos policiais civis, que reclamam da “dupla função” de investigar crimes e cuidar de presos, além do número reduzido de profissionais.

O delegado de polícia de Irati, Paulo Ribeiro, comenta que as delegacias da região já possuem mais de 40 anos, mas que a de Irati possui uma estrutura segura. “Infelizmente eu acho que a grande maioria das delegacias do estado do Paraná, datam aí de 40, 50 anos e Irati não é diferente. Aqui em Irati a nossa estrutura é uma estrutura segura, eu posso afirmar que é segura”, comenta.

O delegado conta que várias reformas estão sendo feitas para aumentar ainda mais a segurança do lugar. “Nós estamos fazendo reformas na carceragem, ainda tem reformas em andamento, justamente para melhorar a segurança dos presos e das pessoas que aqui transitam. A gente já está em reforma e isso logo vai aparecer.É lógico que estamos indo de acordo com a disponibilidade orçamentária, não é uma coisa que a gente consegue fazer de uma hora para outra”, diz.

Paulo reconhece que a delegacia de Irati também estásuperlotada e relata que isso pode deixar os presos estressados. “Aqui, como em qualquer outra delegacia,existe uma super lotação, hoje a gente trabalha com 70,80 presos em um espaço que deveria ser para 30. E, quando começa encher muito, inflama o ânimo dos presos e pode gerar revolta, mas, quanto à parte estrutural, é muito difícil que eles consigam sair da delegacia”, explica.

Presos que já foram julgados permanecem na delegacia. Esse é um grande problema enfrentado pelos delegados da região. “20 presos que eram para estar no sistema penitenciário estão aqui. Isso acaba prejudicando, porque a gente fica segurando um problema que não é da Polícia Civil, é do Depen, que não têm local ou não aceita esses presos”, ressalta o delegado de Irati.

O tempo que umpreso provisório fica na carceragem depende muito de cada caso, entretanto, em Irati, verifica-se um tempo médio. “Eles ficam mais ou menos um ano, um ano e pouco, que é o tempo de julgar o processo. Cada caso é um caso, às vezes é julgado antes,àsvezes é julgado um pouco depois. Além disso, o julgamento é rápido em se tratando de Irati que tem uma grande quantidade de processos, e um trabalho bem feito”, comentaPaulo Ribeiro.

Outro agravante que faz com que as delegacias fiquem superlotadas é a espera por uma vaga nas penitenciárias da região. “Tem esse problema de solicitar vaga para o sistema penitenciário, então pode acontecer da pessoa ter sido condenada e permanecer aqui aguardando uma vaga”, relata o delegado.

Outro problema que vem atingindo a delegacia de Irati é a constante saída de funcionários. “Isso é um problema que a gente tem passado muito sério, não posso passar o número exato de funcionários, mas posso afirmar que desde que esto