Desconhecimento sobre autismo dificulta busca de diagnóstico

Por Redação 3 min de leitura

O autismo, também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. O diagnóstico é feito geralmente nos primeiros anos de vida, no entanto, muitos pais enfrentam dificuldades até conseguir entender o que o filho está passando.

Foi o que aconteceu com Danielle ValeryCaneso, que possui um filho de 8 anoscom nível leve de autismo. Ela conta que nos primeiros seis meses a criança não apresentou maiores problemas. Mãe de primeira viagem, Danielle não estranhou o fato de o bebê ser mais quieto. “Até então ele agia naturalmente, ele era bem quietinho. Assistia TV na sala sentadinho. Até então não vi nada de mau. Na primeira papinha, que ele fez cocô na fralda, ele se sentiu incomodado. Cada vez que ele queria fazer cocô, ele fazia um barulho diferente e eu tinha que levar ele ao banheiro. Por ele se incomodar com o cocô na fralda, eu levava, mas o xixi fazia normal”, relata.

Danielle conta que depois de um ano e dez meses, o bebê começou a ficar mais irritado. Contudo, ela disse quepor muito tempo achou que era um comportamento para chamar a atenção. “Se você falasse um não para ele, ele ficava muito irritado, me batia. E depois quando começamos a dizer não pra ele, ele começou a bater a cabeça no chão e a gente não entendia aquilo”, explica.

A criança aprendeu a falar apenas com quatro anos e o excesso de barulho de brinquedos e pessoas o incomodava. Danielle conta que houve dificuldade de comunicação com a criança desde muito cedo e que chegou a levar a um fonoaudiólogo, que o examinou e não encontrou nenhum problema na audição.

O diagnóstico de autismo só veio após muita procura dos pais por profissionais e informação. Quando o menino tinha dois anos e oito meses, eles foram em busca de profissionais para verificar se ele tinha ou não autismo. Com o diagnóstico de que o menino apresentava um autismo leve, os pais tiveram outro desafio: o de encontrar meios para estimular o desenvolvimento do filho.

Eles procuraram profissionais em Irati, mas houve dificuldade em encontrar alguém especializado. Foi através da Apae, que conseguiram orientações sobre como ajudar no desenvolvimento do filho. “Eu enchia a casa de desenhos de tudo que ele tinha que fazer, desde a primeira coisa do dia. Eles me ensinaram que eu não poderia dizer não, porque eles [autistas] não entendiam o não. Eu tive que reformular todas as perguntas. Ao invés de dizer não feche a porta, eu tive que aprender a falar no afirmativo: ‘deixe a porta aberta’”, comenta.

Além de o diagnóstico ser difícil, Danielle conta que para os pais outra dificuldade é a aceitação e o entendimento do que é ter um filho autista. “É muito difícil porque você precisa lidar com a revolta, com a tristeza. É muito estranho. É um turbilhão de sentimentos. A gente pensa como vai ser quando ele crescer”, relata.

Autismo

O psicólogo e doutor em Educação e Desenvolvimento Humano, Mauricio Wisniewski, explica que a principal característica é a dificuldade na comunicação. “De forma geral, nós podemos dizer que as crianças do espectro autista têm uma grande dificuldade de comunicação, que interfere no desenvolvimento global dess