Menos de 1% daqueles que querem adotar aceita adolescente

Por Redação 4 min de leitura

Dados do Cadastro Nacional de Adoção mostram que menos de 1% das 41 mil pessoas que querem adotar no Brasil desejam filhos maiores de 13 anos. Conheça histórias de quem optou pela adoção para construir sua família

Quando Giovane viu Amauri Bucco e SimoneBucco entrando em uma das salas da Casa Lar, ele ainda não sabia que este seria um dos primeiros capítulos de uma grande família que iria se formar. Não sabia também que o bebê que estava em seu colo faria parte desta família, assim como ele. Amauri e Simone já tinham certeza que iriam formar uma família, mas imaginavam que apenas um dos seus filhos estava naquela sala. Não dois, dos futuros quatro filhos.

O desejo de ter uma grande família era algo visto já no começo, quando Amauri e Simone iniciaram o processo de adoção no Fórum de Irati. No processo, o casal já tinha interesse em adotar três crianças. A decisão pela adoção veio após a descoberta da infertilidade de Amauri e do caro processo do tratamento para engravidar.

No entanto, pesquisando sobre o assunto, o casal viu que o Código Civil diz que a diferença dos pais adotantes e dos filhos adotados não pode ser menor de 16 anos. Por isso limitaram a idade nos requisitos para8 anos, por causa da idade de Simone, que tinha 24 anos na época.Contudo, durante a entrevista no Serviço Auxiliar da Infância (SAI) eles explicaram que a limitação de idade era devido à legislação.

“Quando apareceu o nosso filho, o Giovane, o pessoal do fórum comentou: ‘Tem um menino que está para adoção, um adolescente, porém a idade dele é superior a que vocês colocaram’. Foi visto até com a juíza, a questão de alternativas devido à idade. Descobrimos que com uma autorização da juíza poderia ser feita essa aproximação e até mesmo a adoção. Por esse mesmo motivo a gente conseguiu adotar numa idade maior e com bem menos tempo que muitos casais que ficam na fila anos e anos. Não tinha restrição de sexo, não tinha restrição de idade, cor, nada. A gente queria completar a nossa família”, disse Amauri.

Foi assim, que o processo de Giovane, que na época estava para completar 14 anos, começou. Ele faz parte de um grupo pequeno de adolescentes brasileiros que conseguem ser adotados depois dos 13 anos. Segundo dados do Conselho Nacional de Adoção, são mais de 41 mil pais querendo adotar, mas somente 126 pretendentes aceitam adotar crianças com até 13 anos. Já entre os dispostos a adotar adolescentes de até 15 anos, o número baixa para 48 pretendentes. Ao todo, o número de pretendentes que querem adotar crianças de 13 anos a 18 anos não chega a 1%.

Os números são reflexos de receios que muitos casais possuem em relação à criação de adolescentes. Amauri conta que esse receio existiu no começo, mas a determinação para formar uma família era maior. “No início existiu um pouco de preocupação por causa da idade. Ao mesmo tempo nós preparamos a família. Avisamos tios, avós. Eles sabiam que a gente estava na fila de adoção, aguardando. Só que lógico, vamos repassar a questão da idade, é um adolescente, treze anos. O que a gente sabia sobre ele a gente repassou para os demais membros da família. A gente teve sorte. O Giovane é diferente. A gente não teve problema em questão de relacionamento com ele. Conseguimos ter um bom relacionamento com ele desde o início”, conta. “Ele é um adolescente muito calmo”, destaca Simone.

A aproximação foi rápida. Em men