Banco do Brasil fecha agência em Inácio Martins
Moradores de Inácio Martins contam como está a rotina sem a agência bancária uma semana após o fechamento.
Na última semana, o pintor Aguinaldo Casagrande e sua esposa, Andréia Casagrande, saíram de Inácio Martins para Irati. O motivo foi simples: Andréia precisava liberar o acesso ao aplicativo do banco em seu celular. “Ela teve que ir lá para liberar de novo. São 50 km só para ir no banco”, conta Aguinaldo.
Essa tem sido a rotina dos moradores de Inácio Martins uma semana após a agência do Banco do Brasil do município ter fechado as portas na segunda-feira (20). Atualmente, o município possui um ponto de atendimento do Banco do Brasil localizado junto aos Correios.
No entanto, apesar de oferecer os serviços essenciais para movimentação financeira de pessoas físicas como saques e depósitos, alguns moradores reclamam da limitação dos serviços do ponto de atendimento como limitação de saque e pedidos de empréstimos.
Essa dificuldade acontece porque muitos moradores possuem o costume de retirar o salário integral para o pagamento das contas. Para o mecânico Juliano Felipe Burack, os moradores têm dificuldade no saque porque os pontos de atendimento não costumam ter muito dinheiro em espécie disponível. Com isso, é necessário que o morador vá mais vezes aos pontos de atendimento. “Prejudicou a população no geral. Quem tinha conta, desde o pagamento de carro, tudo tem que ir pra Irati, ou pagar uma taxa extra pro despachante. A parte que foi transferida para outros bancos, a pessoa que vai receber os salários tem que ir três, quatro dias para receber. Eles falam que não tem dinheiro por ser só um ponto de atendimento, não é agência. Não consegue atender todo mundo. Época de pagamento pessoal do interior, principalmente, tem que vir duas, três vezes pra receber”, relata.
Outra dificuldade é com os moradores que ainda usam o cheque, outro costume presente na população de Inácio Martins. João Carlos Lemos é funcionário de um posto de combustível e conta que era comum a troca de cheques do Banco do Brasil. Contudo, com a notícia do fechamento, a troca de cheques ficou mais difícil para os moradores. “Tem gente que ainda tem cheque. Nós aqui nem trocamos mais. Nós trocávamos cheque do Banco do Brasil, mas agora não trocamos mais”, disse.
Ele conta também que o fechamento prejudicou o comércio que usava os serviços do banco. “Dependendo da quantia, não retira. Dependendo da ocasião tem que ser em Irati”, disse.
A gerente de um supermercado, Joseane Gonçalves Padilha, conta que a empresa pensa em mudar de banco, já que os serviços financeiros ficaram prejudicados com o fechamento da agência. O supermercado usava diariamente os serviços, como o pagamento a fornecedores, chegando a usar até três vezes durante o mesmo dia. “Pra nós quebrou a perna porque era tudo ali. Agora não sabemos o que vai ser feito, se irá mudar de banco, mudar as contas. Agora a gente está pedindo boletos de outros bancos. Boleto para depósitos de outros bancos, porque consegue fazer na Caixa e no Itaú”, conta.
Para os agricultores, a dificuldade é maior. Muitos não têm informação onde podem obter o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Tradicionalmente, a adesão ao programa de crédito era feita no Banco do Brasil. “Esse banco vai fazer falta principalmente pro agricultor. Se você quiser fazer o Pronaf, não sei como ser&aa

