A alquimia da cerveja artesanal

Por Redação 4 min de leitura

Você já pensou em fabricar sua própria cerveja artesanalmente? Vários iratienses tiveram esta ideia e o empresário Avonir Funes, da Speakeasy Prosit Tutti, conta como é transformar malte, cevada, lúpulo e água em cerveja e ainda agradar o consumidor

Uma das bebidas mais presentes nas mesas dos brasileiros, a cerveja está ganhando uma nova cara desde que diversos empresários começarem a apostar na cerveja artesanal. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostram que houve um crescimento de 39,6% no número de cervejarias no Brasil em 2016. No mesmo ano, em apenas um mês foram  criadas 77 cervejarias. Em 2017, já foram registradas 91 novas cervejarias, totalizando 610 empreendimentos deste tipo no país. Segundo o Ministério da Agricultura, a tendência de maior consumo de cerveja artesanal é um dos motivos para o crescimento.

Um dos empresários a empreender neste mercado em Irati é Avonir Funes, da cervejaria Prosit Tutti. Juntamente com o sócio Elson Glinski, ele começou a produção de cerveja em 2008, após um curso, na cidade de Campinas, São Paulo, que mudou seus conceitos sobre a bebida.

O início da produção foi em casa, em panelas de 40 litros, e a cerveja era apenas para o consumo entre amigos. Muitos anos e muitos erros e acertos depois, a produção  passou a ser em maior escala. Também surgiu a Speakeasy Prosit Tutti,  um  agradável espaço na fábrica de cerveja, onde é possível saborear a bebida.  O consumidor coloca créditos em um cartão, que aproxima de uma máquina e ele mesmo se serve da cerveja que mais lhe agradar. O sistema também foi desenvolvido pelos idealizadores da cerveja e dá liberdade aos frequentadores da Speakeasy – o nome faz alusão aos locais dos Estados Unidos onde as pessoas se reuniam para consumir bebidas alcóolicas durante o período da Lei Seca.

Fabricação

“O primeiro passo é diferenciar os ingredientes, a gente faz a cerveja artesanal exclusivamente com malte, com o malte de cevada, com água, com lúpulo que é o vegetal, com o fermento, que é um microrganismo, e está feito, o resto é bioquímica, que vai fazer a cerveja. Então é um negócio bem natural mesmo”, comenta.

Ele explica que é o lúpulo que vai dá o amargor e o aroma para a cerveja e que todo processo de produção precisa ser anotado rigorosamente para que a receita possa ser repetida. Segundo Avonir, é fácil fazer a cerveja uma vez, mas o difícil é repetir. “Tem que anotar tudo rigorosamente, os tempos, as quantidades, as temperaturas, porque quando se faz a brasagem, que é o cozimento, se trabalha com várias temperaturas para extrair diferentes tipos de açúcar. Então você tem que ter anotado isso, porque, às vezes, cinco minutos, dez minutos diferentes mudam a cerveja. Você pode fazer uma cerveja boa, mas e depois? Você não sabe exatamente o que aconteceu, então tem que ter tudo minuciosamente anotado para pode repetir depois, fazer de novo da mesma maneira”, comenta.

O processo de fabricação dura de 20 a 40 dias, dependendo do tipo de cerveja. Ele explica que demora um dia só para ser concluído o cozimento dos ingredientes. A fermentação dura entre cinco e sete dias. Depois da fermentação, tem mais o processo de maturação, que leva entre  15 e 30 dias, dependendo da cerveja.

A produção de cerveja artesanal também permite a alquimia, a criação da bebida com diferentes tipos de sabores. “O bacana disso é que quando você está criando a receita, você tem essas variáveis: quero mais corpo, que