Irati: entre raízes e novos horizontes, uma história de 118 anos desenvolvimento contínuo
Cidade celebra seus 118 anos com olhar voltado ao futuro, sem esquecer a força de sua história. Entre tradições culturais, desafios urbanos e novas oportunidades, Irati busca fortalecer sua identidade, impulsionar a economia, valorizar a educação e investir em qualidade de vida
Irati acorda cedo. Com neblina cobrindo a cidade e o trem passando pelos mesmos trilhos onde tudo começou, ainda mantém as tradições dos povos que chegaram aqui, junto aos desafios e a busca por se reinventar a cada novo ciclo.
A cidade é inquieta. Quer crescer, gerar mais emprego, manter seus jovens por perto, valorizar suas belezas e seus saberes. Carrega no presente o reflexo das raízes profundas que ajudaram a construir sua identidade.
Raízes que moldam uma cidade
Irati, inicialmente, foi terra indígena e, mais tarde, passou a ser conhecida como Covalzinho – caminho dos tropeiros. Foi com a instalação da estrada de ferro que o marco do progresso foi consolidado. Muitos povos chegaram e firmaram suas raízes, deixando hábitos culturais, gastronômicos, sociais e religiosos. Poloneses, ucranianos, italianos, alemães e outras etnias se fixaram nestas terras e fizeram deste lugar um lar cheio de esperança para suas famílias.
A vinda destes imigrantes trouxe aquilo que marca presença no cenário gastronômico e artesanal, como o pierogi, a polenta, o kutiá, as pêssankas, brolhas, a dança, a música e a fala. “Mas também é marca registrada por aqui a presença dos holandeses e árabes que, desde a cultura dos moinhos de vento até a culinária saborosíssima estampada em um bom tabule, foram capazes de fazer dessa Irati centenária um lugar bom para todos”, ressalta o secretário municipal de Cultura, João Vitor Sviech.
Adentrando o marco cultural ao longo das gerações, ele observa que todo o legado destes povos na música, artes, dança, culinária, eventos e festivais de grandes proporções, feiras e no cotidiano atencioso de cada lar, foram sendo transferidos aos mais jovens, que hoje, mantêm as tradições com muita força.
Sviech lembra que, além dos costumes herdados pelas etnias do outro lado do oceano, os povos originários daqui, ainda permanecem, deixando vivas as suas memórias nas palavras, costumes primários, no canto e nas belezas naturais: “os sagrados povos indígenas, tupi-guarani, guaranis e kaingangues, lutaram bravamente por essas terras; que se fundiram entre os novos povos e que estão presentes em vários fazeres e saberes diários dos iratienses”.
Hoje, nas políticas culturais, ele afirma que Irati segue rumo aos avanços por meio de um sistema de cultura forte e participativo, que, segundo ele, oportuniza a democratização de acesso aos recursos viabilizados pelo governo federal para que a cultura se multiplique, chegue a todos os espaços e comunidades, fortalecendo a proposta de descentralização cultural.
“É imprescindível pensarmos na nossa Rio de Mel como aquela que acolheu tantas e tantas etnias, que abraçou e desenvolveu tantas culturas diferentes e que fez florescer um povo marcado por força, determinação, coragem, vontade e, claro, muita cultura”, salienta.
Entre paisagens, fé e propósito
Irati tem muitos lugares que são convites ao encantamento e à reflexão por suas belezas naturais e pelo turismo religioso. Destacam-se o Parque Aqu&aa