Mães que esperam, como é vivenciar a maternidade na UTI Neonatal de Irati

Por Redação 4 min de leitura

Após o parto, alguns bebês precisam ficar de uma semana a três meses na UTI para que consigam ir para casa em segurança. Quais são os desafios das mães e dos profissionais de saúde para cuidar destes recém-nascidos na UTI Neonatal da Santa Casa de Irati?

Em média, 140 bebês nascem na Santa Casa de Irati todos os meses. A maioria deles com tempo gestacional adequado e peso normal, então permanecem poucos dias no hospital e seguem para suas casas com as mães, como planejado. Mas isso não acontece sempre. Há aqueles que nascem prematuros e precisam de cuidados especiais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. São bebês como o Bernardo, que está há 28 dias recebendo atendimento da equipe multidisciplinar do hospital e atenção integral da mãe Katlen dos Santos.

Com 33 semanas e quatro dias de gestação, Katlen entrou em trabalho de parto e precisou passar por uma cesariana de emergência. Após a cirurgia, não poder ver o filho a deixou muito angustiada. “Então, quando eu entrei no quarto, cadê o neném? Aí meu marido veio e falou, ele está lá [na UTI], está lutando. Ele tentou me acalmar, mas ele estava mais nervoso que eu. E daí não passavam aquelas horas para me levantar e ir lá de uma vez ver o bebê”, relembra. A espera foi um momento de muito sofrimento para a mãe. “Quando fala UTI, o que a gente pensa? Vai morrer o filho da gente”, relata.

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Quando passou o efeito da anestesia e ela pôde ir ao encontro de Bernardo, novamente a sensação foi muito desconfortável ao ver pela primeira vez o filho ligado aos tubos na UTI Neonatal. Na conversa com o médico, a mãe não ouviu o que gostaria. Katlen conta que o médico disse: “Ele veio de 33 semanas. Nós temos que pensar 36, 37 para ele completar, não é? Só que vamos pensar assim, é uma caixinha de surpresa”. Novamente o medo que o filho morresse a deixou paralisada e ao retornar ao quarto, ela conta que chorou muito.

Desde que Bernardo está na UTI, ele passou por várias intercorrências e os pais, que são evangélicos, buscaram na religiosidade a força que precisavam para encarar cada desafio. Nos momentos difíceis, os pais oravam sempre. Uma das situações foi extrema.  “A gente o entregou para Deus. Eu falei que se fosse para o meu filho ficar daquele jeito, era para Deus entrar na UTI e recolher ele naquela hora. Acho que foi a oração mais difícil e mais sincera que eu já fiz na minha vida. Foi aquela hora, assim, que eu me vi no chão”, desabafa Katlen.

Com o passar do tempo, Bernardo evoluiu bem e nesta semana, a família comemora o fato do bebê ter deixado a incubadora e ido para o berço. “Hoje ele já está esperto. E ontem [dia 06 de maio] elas colocaram no bercinho e a enfermeira deixou eu dar banho nele”, conta. 

Mães podem ficar 24 horas com os bebês

A enfermeira citada pela mãe é Salete Vieira de Mello, que trabalha há 18 anos na Santa Casa de Irati. Ela é uma das profissionais da equipe multidisciplinar que atende os recém-nascidos que permanecem nos 11 leitos de média complexidade da UTI Neonatal de Irati e suas famílias.

Outra integrante da equipe é a assistente social Ana Cláudia Vieira de Andrade, que trabalha há 15 anos no hospital e conta que o acesso das mães à UTI é livre em qualquer horário

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