Autodiagnóstico: os riscos que as consultas ao “Dr. Google” podem trazer para a saúde

Por Redação 3 min de leitura

Profissionais de saúde explicam que os mesmos sintomas podem ser observados em doenças diferentes. Como interpretá-los para o tratamento adequado?

Os últimos anos, a internet se consolidou como o principal meio para quem busca respostas rápidas sobre sintomas e doenças. Apesar da vasta quantidade de conteúdos disponíveis, nem todos são confiáveis, e orientações equivocadas podem trazer consequências graves para a saúde pública. A prática de recorrer ao chamado “Dr. Google” preocupa especialistas, já que frequentemente os materiais encontrados não possuem embasamento científico.

“Procurar diagnósticos ou tratamentos on-line, sem orientação adequada, pode prejudicar tanto a saúde física quanto a mental”, explica a coordenadora médica do Hospital São Marcelino Champagnat, Maria Fernanda Carvalho. O autodiagnóstico pode levar ao tratamento equivocado de um problema de saúde, agravando o caso.

O cirurgião vascular Cristiano Pinto relata uma situação em que isso aconteceu, com um homem de 52 anos, que estava com uma ferida no pé há algumas semanas. “No começo, não deu muita importância. Procurou no Google e leu que poderia ser apenas uma dermatite ou uma micose leve e seguiu uma orientação da internet. Comprou uma pomada antibiótica e começou a aplicar, achando que resolveria rápido. Passaram-se vinte dias e a ferida ficou com um cheiro forte, as dores na perna pioraram, vermelhidão, inchaço e até secreção com mau cheiro. Finalmente me procurou, a ferida estava com infecção, necrose extensa e comprometimento da circulação na perna. O diagnóstico foi diabetes descompensada com Insuficiência Arterial associada. Resultado: precisou ser internado, passar por cirurgia de amputação e quase perdeu a perna, foram mais de 15 dias de hospital”, conta o médico.

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Segundo ele, a interpretação dos sintomas deve sempre ser feita por um profissional de saúde, que irá considerar o histórico do paciente e o contexto em que ele está inserido para diagnosticar o problema real e o tratamento indicado para o caso.

“Pesquisar sintomas no Google pode levar a diagnósticos errados, já que os mesmos sinais e sintomas podem indicar várias doenças diferentes. Essas ações aumentam a ansiedade, muitas vezes induzem a automedicação, o que pode atrasar o tratamento correto. Além disso, muitas fontes online não são confiáveis e podem espalhar desinformação e formas de tratamento erradas”, enfatiza Cristiano. 

Outro fator negativo do autodiagnóstico é o desconhecimento sobre os danos que os medicamentos podem provocar no organismo.  A farmacêutica Luana Bozza destaca algumas das consequências da automedicação. “O uso de medicamentos em doses ou posologia inadequadas e até mesmo seu uso excessivo pode ocasionar danos em alguns órgãos, como, por exemplo, rins e fígado, que geralmente são os mais afetados. A automedicação também pode causar intoxicações, reações alérgicas e podem ocorrer interações entre medicamentos, e até mascarar a doença”, explica a farmacêutica.

Luana cita os tipos de medicamentos que mais costumam ser consumidos por

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