Dia da Mulher: Violência e opressão ainda precisam ser combatidas
A luta das mulheres por direitos e dignidade continua mais forte do que nunca, pois fatores sociais e culturais ainda levam muitas mulheres a normalizarem a violência e permanecerem em relações abusivas sem perceber
Oito de março é o Dia Internacional da Mulher. A data vai além da celebração e reforça a reflexão quanto a lutas por autonomia, igualdade e segurança. O telefone estratégico no enfrentamento à violência contra a mulher no país, a Central de Atendimento à Mulher — Ligue 180 totalizou, em 2024, 24.907 atendimentos registrados no Paraná, um aumento de 34,79% em relação ao ano anterior, quando 18.478 foram computados. O número de denúncias também subiu de 3.912 para 4.503, um acréscimo de 15,1%. E os dados ainda revelam que a casa da vítima continua sendo o principal local onde a violência ocorre.
O questionamento que fica é se o número de denúncias aumentou porque os índices de violência têm sido maiores ou porque as vítimas têm buscado mais ajuda? Independente da resposta, fatores sociais e culturais ainda levam muitas mulheres a normalizarem a violência e permanecerem em relações abusivas sem perceber.
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“Quando falamos em violência contra a mulher, muitas vezes a sociedade só reconhece a violência física, mas há também a psicológica, moral e patrimonial”, explica Eliane Maria da Silva Carungaba, assistente social Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM). Segundo ela, a violência moral, por exemplo, afeta a imagem da mulher perante a família e os filhos, criando um ciclo de reprodução desse comportamento nas futuras gerações. Os filhos veem o pai tratando a mãe mal e acabam naturalizando aquela situação.
Outro problema apontado é a dependência financeira. “Muitas mulheres pensam que só a violência física é violência doméstica, mas um exemplo também é a violência patrimonial, quando o homem contém até os documentos da mulher, isso também é uma privação da identidade dela. Como é que ela vai poder procurar uma ajuda perante a delegacia, dizendo que quer fazer uma denúncia, se ela não tem a documentação dela? A violência patrimonial também restringe a mulher na sua liberdade como um todo quando ela depende financeiramente do marido. E aí, ela acaba se sujeitando àquela relação porque ela não tem outra opção. Não tem outra opção porque ela não tem renda”, diz Eliane.
Para tentar mudar esse cenário, as equipes do Centro Integrado de Atendimento à Mulher Iratiense (CIAMI) e do CRAM pretendem levar cursos profissionalizantes para a área rural, onde as mulheres possuem mais dificuldade de acesso a esses recursos, assim ampliando o acesso à qualificação e à independência financeira.
Segundo a psicóloga do CRAM Vanessa de Lara, no interior talvez haja o pensamento mais fechado do que as mulheres da cidade. “As mulheres que moram no interior têm aquela visão de que devem ficar casadas a vida inteira. Essa visão é reforçada pelo medo da opinião da família e da separação dos pais em relação aos filhos”, contextualiza.
As profissionais destacam ainda que muitas mulheres desconhecem seus direitos, ac

