Das férias às salas de aulas: Ansiedade e adaptações. Como as famílias podem se preparar e ajudar os filhos?
Em 2025, o ano letivo terá início no dia 05 de fevereiro, o que gera muitas expectativas e a necessidade de readequação da rotina de crianças e adolescentes. O processo traz consigo muita ansiedade, que pode ser normal ou excessiva – afetando a saúde mental dos alunos. Psicólogos explicam como identificar se há problemas e orientam como as famílias podem auxiliar os filhos
Com as férias chegando ao fim, milhares de crianças e adolescentes estão se preparando para a volta às aulas. Esse momento pode gerar diversos sentimentos diferentes. Enquanto muitos estão ansiosos para a retomada da rotina e o reencontro dos colegas, outros vivem a expectativa de iniciar a trajetória no ambiente escolar e há também aqueles que se adaptaram ao ritmo das férias e têm dificuldades para voltar às salas de aula. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos à saúde mental das crianças e adolescentes neste momento de transição.
A psicóloga Letícia Brugnara, pós-graduada em terapia cognitivo-comportamental, cita que as férias costumam ser um período em que as crianças e adolescentes têm mais lazer e diversão. A época é de descanso e normalmente não há uma rotina estruturada, então muitos acostumam a acordar mais tarde, brincar em qualquer momento do dia e se permitem ter os dias mais relaxados, fazer mais uso de telas, o que impacta no momento das voltas às aulas e pode até mesmo se tornar um peso.
A psicóloga explica que neste momento de transição entre as férias e a volta às aulas é necessário que os pais fiquem atentos a possíveis mudanças no comportamento dos filhos. Mudanças de humor repentinas, irritabilidade, recusa em frequentar a escola, isolamento, perda de interesse por atividades que lhe davam prazer, alteração no sono e apetite podem ser sinais de alerta para dificuldades emocionais.
“A forma como cada criança vai reagir ao retorno das aulas vai depender muito da relação prévia que ela estabeleceu com a escola. Experiências de bullying, baixo rendimento escolar, dificuldades na aprendizagem ou na relação com colegas e professores podem tornar a permanência na escola pouco prazerosa”, esclarece.
E como os pais podem agir para auxiliar os filhos caso aconteçam dificuldades na volta às aulas? A psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental dá algumas orientações. “A principal questão é uma participação ativa na vida escolar da criança. Sempre perguntar como foi o dia dela na escola, manter conversas frequentes com os professores para saber como está o desenvolvimento do filho, não só na esfera acadêmica, mas também no aspecto emocional e desempenho social da criança. E o mais importante: na presença de sinais de dificuldades emocionais maiores, sempre buscar ajuda especializada”.
Influência das telas
Um dos fatores que pode influenciar negativamente o comportamento de crianças e adolescentes, e que é percebido nas salas de aulas, é o uso excessivo das telas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o recomendado é que crianças até os dois anos não utilizem nenhuma forma de tela, de 1 a 5 anos tenham o uso limitado de 1 hora por dia, de 6 a 10 anos limitar o uso de 1 a 2 horas e de 11 a 18 anos, limitar o uso