Presépios de Natal resgatam tradição religiosa e inspiram reflexões sobre desafios do mundo moderno

Por Redação 3 min de leitura

O presépio é um dos símbolos mais antigos e emblemáticos do Natal, unindo fé, cultura e história. Segundo o Doutor em História e professor João Carlos Corso, sua origem remonta ao nascimento de Jesus, mas a simbologia do cenário dialoga com as realidades contemporâneas, abordando pobreza, exclusão e migração no mundo moderno. “Qual seria essa manjedoura nos dias de hoje?”, questiona o professor

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O presépio é um dos símbolos mais icônicos do Natal, representando não apenas a tradição cristã, mas também um elemento cultural de grande relevância histórica, associado à religiosidade popular. Para explorar os significados dos presépios ao longo dos tempos, o Doutor em História e Professor do Departamento de História da Unicentro, Campus de Irati, João Carlos Corso, traz uma análise aprofundada sobre o tema.

Segundo o professor, “a tradição dos presépios remonta ao período medieval. Na verdade, o primeiro presépio é o próprio nascimento de Jesus, ou seja, é o próprio fato. O que, na verdade, a gente tem poucos relatos e pouca cronologia já clara sobre quando foi.” Ele explica que há algumas dúvidas sobre a data do nascimento de Jesus. “Alguns autores falam que foi em março, aí depois vem essa ideia de dezembro, para fechar um ciclo de um ano, que é começar um ano novo com um calendário litúrgico novo”, detalha.

O surgimento dos primeiros presépios está associado aos monges beneditinos, explica Corso. “Os monges beneditinos já tinham o presépio nos mosteiros, mas esses presépios ficavam nos mosteiros e eram apenas para culto e devoção dos próprios monges. Eles não eram abertos ao público,” afirma. A inovação que transformou o presépio em uma tradição amplamente popular aconteceu com São Francisco de Assis, quando ele criou o primeiro presépio aberto à população. “São Francisco de Assis, em 1223, pede a autorização do Papa, e ele vai fazer esse presépio numa cidade chamada Grécio, pequena cidade que fica próxima da cidade de Assis, na Itália”, descreve.

Essa recriação foi inspirada no cenário de Belém, como uma forma de ilustrar a cena do nascimento de Jesus. “O que se destaca muito na ideia de presépio que vem de São Francisco de Assis e que permanece até hoje é a tentativa de teatralizar ou ilustrar o nascimento de Jesus por meio de um cenário montado”, explica.

Simbologia

Corso enfatiza a simbologia presente no cenário do nascimento, principalmente com a menção ao contexto histórico de pobreza no local de nascimento de Jesus. “Esse local é um local de extrema pobreza, numa manjedoura, ou seja, numa estrebaria, um local próprio para os animais.” Segundo ele, esse elemento tem uma forte mensagem simbólica, refletindo a ideia de Deus vindo ao mundo em uma situação de vulnerabilidade. “Ou seja, inclusive os próprios judeus, quando imaginavam a vinda de um Messias, ou imaginavam uma figura de um rei, uma figura de alguém poderoso. E

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