Sobrecarregadas, mães solo enfrentam desafios e adversidades pelo bem-estar dos filhos
Diante das exigências da maternidade e da pressão de equilibrar múltiplos papéis, as mães solo enfrentam uma jornada repleta de desafios e sobrecargas.
Marici Aparecida Jonak, auxiliar de produção e mãe de duas filhas, conta como foram os desafios e alegrias da maternidade. Ela descreve a emoção e apreensão de criar as filhas sozinha desde o nascimento até elas se tornarem adultas. “O desafio maior é quando nasce, você olha aquela pessoa ali, você pensa se é capaz de criar essa criança, porque é um serzinho mais sensível que um ovo, aquele anjo que você tem como responsabilidade tua. Ali é o momento, é o auge da alegria de ver teu filho, mas também vem aquela apreensão de como será”, descreve.
Assim como tantas outras mães, Marici precisou conciliar a carreira profissional, com a responsabilidade pelo cuidado das crianças. “Você tem que se dividir em mil. Eu trabalhava em período integral, era o dia todo, eu tinha um horário a cumprir; eu tinha que pegar elas na escola, eu tinha que ajudar na tarefa escolar, o ‘eu’ ficou sempre para trás, sempre era tudo para elas, senão eu não conseguia dar uma atenção”, recorda.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) o número de mães solo, ou seja, aquelas que cuidam sozinhas de seus filhos, aumentou 17%, passando de 9,6 milhões em 2012 para mais de 11 milhões em 2022.
Neste contexto vive Nathana Oconoski – mãe de dois filhos, um de 3 e outro de 9 anos –, que busca sempre equilibrar o trabalho e a maternidade. Ela atua na área de contabilidade e sua rotina profissional é marcada por uma carga intensa de responsabilidades e tensões. “Minha vida profissional é bastante agitada. Eu trabalho com contabilidade, então existe muita tensão, muita responsabilidade. Os meus principais desafios são os casos esporádicos que acontecem na família. Quando está tudo bem, está tudo ótimo. Se está indo bem na escola, se não estão doentes, aí eu consigo muito bem conciliar o meu trabalho com meus filhos. Porém, quando acontecem os imprevistos, vem os desafios, porque se não tiver uma aula, se não estiverem bem, eu tenho que correr para ver com quem eu vou deixar ou preciso faltar o serviço”, conta.
Intimamente ligada ao conceito de responsabilidade, Nathana ressalta como qualquer falha em uma dessas esferas — emprego ou maternidade — impacta em seu bem-estar. “O comprometimento de não falhar em ambas as partes pesa bastante, porque eu me considero com uma pessoa muito responsável. Então me afeta muito quando está falhando o lado mãe ou o lado colaborador da empresa. Eu tenho que tentar sempre fazer com que não falhem essas partes.”
Sem tempo para si mesmas
É comum que muitas mães solo, devido às exigências de suas rotinas de trabalho, responsabilidades parentais e afazeres domésticos, acabem sobrecarregadas de tarefas e se colocando em segundo plano. Muitas delas priorizam o desenvolvimento dos filhos em detrimento de suas próprias necessidades e aspirações pessoais.
Marici conta que conseguia recarregar suas energias quando saía para brincar com as filhas. Em meio à agitação da rotina, esses momentos de diversão se tornavam um refúgio de tranquilidade e conexão, onde podia aproveitar a companhia das meninas. “O momento em que eu mais descansava era quando eu pegava elas e saía para brincar, levava no parque ou algum lugar que tinha para levar elas brincarem. Era um momento que eu

