Quais as principais causas de acidentes de trânsito em Irati e qual a percepção da população sobre a segurança viária?

Por Redação 3 min de leitura

Maio é o mês dedicado mundialmente à conscientização no trânsito, marcado pelo movimento Maio Amarelo. Em 2024, sob o tema “Paz no trânsito começa por você”, a campanha visa promover uma reflexão sobre o comportamento de condutores de veículos e demais usuários.

Paula Vaz Batista, de 16 anos, ao voltar da escola em um dia comum há três anos, passou por um evento que mudaria sua vida: um atropelamento. “Quando eu desci do ônibus e fui atravessar a rua, eu estava em cima da faixa, e o carro veio na contramão para passar pelo ônibus e acabou me encontrando ali. Eu não lembro o que aconteceu na hora, as pessoas me contaram depois, mas eu lembro que ficou tudo escuro e eu sentia tudo girando. Quando eu abri o olho, o meu primo já tinha me levantado, eu estava sentada no asfalto”, conta. De acordo com relatos da época, Paula tentava atravessar a rua quando o veículo colidiu contra ela, projetando-a para cima antes de ela cair sobre o para-brisa do carro.

Na espera pela chegada da ambulância, Paula e seu primo que a acompanhava não perceberam a gravidade do ocorrido. Imaginavam que apenas seu rosto e uma boa parte de sua mão estavam feridos. Paula conta que quando os paramédicos chegaram e examinaram sua perna, também não identificaram nenhum sinal evidente de lesão, no entanto, com muita dor, ela foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município e, após aguardar por 5 horas, um exame de raio-x confirmou uma fratura no membro.

Após o acidente, Paula vivenciou uma difícil jornada de recuperação física e emocional. Com o auxílio sessões de fisioterapia, buscou recuperar sua mobilidade, mas as sequelas permaneceram visíveis. “Eu me senti muito mal depois do acidente. Eu fiz 10 sessões de fisioterapia e depois disso não tinha mais o que a gente fazer. Eu fiquei com uma perna diferente da outra por conta do acidente. E aí eu tinha bastante dificuldade ao atravessar a rua por conta que eu sentia um trauma, medo de atravessar a rua. Eu tinha insegurança, eu tinha vergonha que as pessoas ficavam olhando”, descreve.

Passados três anos desde o acidente, Paula ainda enfrenta os resquícios emocionais e físicos da experiência traumática. A insegurança permanece presente, afetando significativamente seu bem-estar. Apesar da sugestão do médico de realizar uma cirurgia para alinhar a perna, ela foi desencorajada devido ao tamanho da cicatriz que resultaria no procedimento, estendendo-se praticamente do quadril ao joelho.

Principais causas de acidentes

O secretário de Segurança Pública e Cidadania de Irati, Luis Gustavo Fillus, destaca que múltiplos fatores podem contribuir para acidentes, tanto do ponto de vista dos pedestres quanto dos condutores. “Quando ocorre acidente com pedestre, às vezes ele está com um fone de ouvido, mexendo no celular e não olha para atravessar uma rua ou uma via. Mas também tem o próprio motorista que pode ocasionar, porque às vezes, faz o uso do celular durante a direção ou não dando a preferência para o pedestre atravessar em travessia elevada ou faixa de pedestres”, comenta.

Outras atitudes dos condutores de veículos que podem provocar acidentes, relatadas pelo secretário, são desatenção, embriaguez, desrespeito a preferencial, imprudência em rotatórias e alta velocidade.

A velocidade excessiva dos veículos é um desafio enfrentado na cidade, apesar das vias urbanas se