Quais os significados dos tradicionais símbolos natalinos?
Dentre as tradições que envolvem a celebração do nascimento de Jesus, os símbolos natalinos atuais mesclam elementos religiosos e seculares.
Compreender o significado do Natal passa pela compreensão do período do advento, um tempo que antecede a celebração do nascimento de Jesus Cristo, marcando o início do ano litúrgico. O reitor do Seminário Menor Mãe de Deus de Irati, Padre Hélio Guimarães, enfatiza que este período, iniciado em 3 de dezembro, é repleto de orações, cânticos, novenas e liturgias que rememoram o nascimento de Cristo e, simultaneamente, preparam para a sua segunda vinda. Ao longo das gerações, símbolos religiosos e seculares foram integrados à tradição desta celebração. Padre Hélio e João Carlos Corso, doutor em História e professor na Unicentro de Irati, detalham os significados desses símbolos natalinos e revelam sua evolução ao longo do tempo na celebração do Natal.
Presépio
Padre Hélio destaca a importância do presépio como um dos símbolos centrais do Natal. Ele explica que o presépio tem uma ligação profunda com a história bíblica do nascimento de Jesus Cristo. “Ele pode ser arrumado em nossas casas já no início do tempo do advento ou então preferencialmente a partir do dia 17 [de dezembro], quando nós entramos neste ritmo de espera do Senhor Menino Deus que vai nascer. A palavra presépio significa manjedoura, estábulo, justamente porque nos dizem as escrituras que os pais, José e Maria, não encontraram lugar para se hospedar em Belém e foram parar num estábulo, numa estrebaria, e ali o filho de Deus nasceu e foi colocado em uma manjedoura”, detalha.
Segundo o padre, a presença dos animais no presépio não apenas evoca a humilde manjedoura onde Jesus nasceu, mas também carrega um significado mais amplo. “Manjedoura é uma palavra bonita também para designar um coxo onde os animais comiam. Logo consequentemente sendo uma estrebaria, por isso no presépio sempre tem ali o boi, o jumento, as ovelhas, alguns animais para representar esta restauração universal trazida pelo nascimento de Jesus, é salvação para a humanidade, mas é uma restauração para toda a obra da criação, então por isso a importância da presença dos animais ali no presépio”, conta.
O doutor em História e professor da Unicentro de Irati, João Carlos Corso, traça a origem da cultura do presépio na tradição natalina ao destacar uma história de séculos: há 800 anos, em 1223, na Itália, São Francisco de Assis criou o primeiro presépio. De acordo com Corso, a motivação desta criação era proporcionar uma compreensão mais profunda do nascimento de Jesus Cristo para as pessoas. “No Natal de 1223, São Francisco cria o primeiro presépio da história, na cidade de Greccio. E na verdade, ele reuniu pessoas que representavam o nascimento de Jesus. Então, segundo consta na história franciscana, seria um presépio vivo”, relata o professor.
Os Três Reis Magos
Outras figuras marcantes nos presépios são os Três Reis Magos. De acordo com o padre Hélio, os magos eram pessoas reconhecidas por sua sabedoria. “Quando nós falamos a palavrinha ‘magos’ não significa que eram mágicos ou reis de uma cultura esotérica. Eles eram da região de Magi, aos povos desta região, a eles eram atribuídos uma grande sabedoria, porque eles era

