Se precisar, peça ajuda! sugere a campanha que busca a prevenção do suicídio

Por Redação 3 min de leitura

A campanha Setembro Amarelo deste ano ressalta a importância de abrir diálogos e encorajar as pessoas que enfrentam problemas “invisíveis” a buscarem ajuda. O médico psiquiatra Lucas Batistela orienta que não devem ser feitos julgamentos pelos amigos e parentes, pois a pessoa pode estar vivendo um momento desafiador, em que precisa de compreensão e acolhimento –  pilares fundamentais para evitar a perda de vidas por suicídio  

 

Apesar de nos depararmos com casos de suicídio em nosso cotidiano, a discussão do tema ainda é um tabu e, por isto, todos os anos ocorre a campanha Setembro Amarelo. ‘Se precisar, peça ajuda!’ é o lema em 2023, que enfatiza a necessidade da conversa aberta sobre o assunto para incentivar aqueles que enfrentam momentos difíceis e crises a buscarem ajuda.

Ao passarem por períodos de fragilidade emocional, as pessoas costumam apresentar sinais, relata o médico psiquiatra Lucas Batistela. “Pessoas com quadro depressivo costumam dizer frases como: ‘Ninguém se importa; ‘Ninguém liga para mim’; ‘Eu só atrapalho’; ‘Queria desaparecer’; além de mudanças de comportamento extremos, tanto para alegria quanto para melancolia”, descreve.

O médico explica que o sentimento de tristeza é algo normal e que afeta todo ser humano. No entanto, um quadro melancólico que dure mais de 15 dias pode ser depressão e, quando associado a crenças desconstrutivas, pode levar ao suicídio.

Conforme informações da Divisão de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), a mortalidade por suicídio impacta predominantemente o sexo masculino e também atinge as mulheres, em menor número.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente no Brasil os índices de suicídio são de 12,6% a cada 100 mil homens e de 5,4% a cada 100 mil mulheres.  Estes números indicam que os suicídios são responsáveis pela perda de mais vidas do que doenças como o HIV, a malária e o câncer de mama. Trata-se de um problema de saúde pública global, que não é provocado por uma única causa, mais por diversos elementos interligados, que afetam a saúde mental. Algumas das causas podem estar associadas a contextos econômicos, religiosos, sociais, biológicos, ambientais, culturais, psicológicos e psiquiátricos.

Batistela diz que é difícil identificar um grupo de risco, ou seja, grupos que tenham mais predisposição a cometer suicídio. O médico psiquiatra cita que pessoas de todas as raças, gêneros, idades e classes sociais podem ser afetadas. Entretanto existe um ponto em comum entre elas: todas estão sofrendo com alguma doença mental diagnosticada ou não.

“Se você quer estimular ou convencer alguém a buscar atendimento médico e psicológico, o primeiro passo é deixar claro que não há julgamento. É preciso mostrar ao paciente que a ideação é um sintoma de seu sofrimento, de forma que ele não se sinta invadido, oprimido ou envergonhado por esse desejo”, menciona.

Simplesmente sugerir que alguém busque tratamento pode não ser o suficiente. É essencial guiar a pessoa durante o processo, fazer o agendamento de uma consulta em conjunto, acompanhar o dia a dia e demonstrar disponibilidade para seguir as orientações fornecidas pelo médico ou psic&