Você sabe se tem dormido bem? E qual a influencia disso na sua vida?
Médicos alertam que além da quantidade, é preciso ter um sono de qualidade, o que muitas vezes não é possível devido à insônia, trabalho noturno ou outros fatores que privam o sono e podem trazer consequências à saúde em longo prazo
A importância do sono adequado é indiscutível, embora o ritmo acelerado da vida moderna muitas vezes nos deixe com a dúvida se estamos realmente dormindo o suficiente. Afinal, quem nunca passou o dia com sonolência ou com vontade de um cochilo rápido após o almoço? E quando os sintomas da uma má qualidade de sono costumam ser frequentes, é preciso tomar alguns cuidados. É o que alerta a médica neurologista e neurofisiologista e especialista em Medicina do Sono, Marcia Assis; e o médico clínico geral de Irati, Aleixo José da Rocha Guerreiro.
Dormir pouco ou ter uma qualidade de sono ruim pode ampliar o risco do desenvolvimento de doenças, explica a neurologista. “Observa-se um frequente aumento de pessoas insatisfeitas com a qualidade e quantidade de sono e as evidências científicas mostram que dormir menos que o ideal traz aumento de risco de doenças como hipertensão arterial, obesidade, diabetes, aumento do risco de depressão e alterações do humor. Além disto, aumenta o risco de erros, acidentes, até mesmo acidentes fatais”, alerta a médica.
Ela compara a má qualidade de sono com os o uso excessivo de bebidas alcoólicas. “Efeitos nocivos da privação de sono podem ser comparados aos efeitos do excesso de bebida alcoólica, como lapsos de memória e percepção visual distorcida e com isto aumentam os riscos de acidentes”, explica.
Marcia acrescenta que a concentração é uma das habilidades mais afetadas. “A privação de sono, isto é, dormir menos que a necessidade pode causar prejuízos imediatos ou agudos, como dificuldade de concentração, cansaço, sonolência, irritabilidade”, complementa.
Qualidade de sono e trabalho noturno
Élton Blanski é recepcionista de um hotel há sete anos em Irati e trabalha de domingo a domingo durante as madrugadas. A rotina de trabalho noturno, segundo ele, tem impactado negativamente em sua saúde. “Hoje percebo que me sinto muito mais cansado, muitas vezes indisposto a muitas coisas que eu gostaria de fazer e, que pelo cansaço, deixo de fazer. Notei também que afetou minha memória e visão”, conta.
Com uma folga durante a semana, apenas nela ele dorme no período da noite. “Nos dias em que folgo, são estes os dias que acabo dormindo mais tempo e principalmente durante a noite, porém, mesmo que eu durma a noite toda, se eu não dormir ao menos um pouco durante o dia, no horário que estou habituado, fico extremamente cansado e estressado, atrapalhando minha rotina e vida pessoal”, relata Élton.
O sargento do Corpo de Bombeiro de Irati, Ricardo Stodolny trabalha em um horário um pouco diferente das outras profissões. Sua escala é 24×48 horas, ou seja, ele trabalha um dia e uma noite inteira e folga dois dias. “Entramos às 8 horas da manhã de serviço e saímos às 8 horas do dia seguinte. Somos em três de prontidão de serviço”, descreve.
Há 19 anos trabalhando desta maneira, ele diz já estar acostumado. Além disso, mesmo trabalhando por 24 horas seguidas, o sargento consegue descansar à noite por ter mais pessoas de plantão. “No início a gente estranha, mas aos poucos, vai acostumando, e nos quartéis nós podemos descansar à noite, pois fica um militar escalado na central de operações para atender às chamadas de emergências”, explica. E ele acrescentando que mesmo antes