Mães que perderam filhos durante ou após a gestação contam como tiveram forças para recomeçar

Por Redação 3 min de leitura

Três mães relatam como lidaram com a dor do luto em suas primeiras gestações e como o apoio da família e a fé as ajudaram a seguir em frente, engravidar novamente e, hoje,  podem ver seus filhos crescerem. Profissionais de saúde falam sobre gestação saudável e orientam sobre alimentação, cuidados com a saúde e higiene bucal

A  médica Larissa Mazepa já enfrentou a dor de perder dois filhos de maneira muito precoce.  “Eu engravidei em 2013. Estive programando durante muitos anos com meu esposo essa gravidez e o Lucas foi concebido antes dessa decisão. Porém, no sétimo mês de gestação, eu comecei a ter crises de hipertensão. Com 31 semanas o Lucas teve que nascer, porque não tinha oxigenação suficiente para ele dentro do meu útero. Ele viveu oito dias na UTI da Santa Casa de Irati, mas infelizmente, pela prematuridade e um processo infeccioso gastrointestinal, ele foi a óbito”, relata Larissa.

Após passar pela experiência de perder um filho, a médica engravidou novamente e tudo ocorreu bem. “Em nove meses eu já estava grávida do Arthur. Foi uma gestação tranquila. Ele foi gerado com muito carinho e amor e nasceu com 36 semanas, sem nenhum problema durante a gestação”, conta. Anos depois, feliz com o Arthur correndo e brincando, ela descobriu que estava grávida novamente, quando estava se preparando para retirar o útero, devido a múltiplos miomas. A gravidez seguiu, mas novamente Larissa viveu a perda. “Descobri que estava gestando a Analía, que conseguiu chegar até a 26ª semana, quando eu comecei a ter hipertensão, assim como na gestação do Lucas, e infelizmente ela faleceu intraútero, com 29 semanas”, relata.

A auxiliar de produção Letícia Santos também teve hipertensão, problema que ocasionou complicações em sua gestação, causando a perda do seu filho, com 37 semanas. “Foi dia 22 de dezembro de 2015. Era meu primeiro filho, Luan Gabriel, e o motivo da minha perda foi que tive pressão alta, que começou com a gravidez”, relembra.

Neste Dia das Mães, Letícia tem motivo para se alegrar e seguir em frente: Enzo Emanoel. “É a felicidade da casa, o que alegra meus dias, meu companheiro de todas as horas, que agora vai fazer três anos”, comemora.

Fé e apoio dão forças para seguir em frente

A médica Larissa Mazepa lembra que além do apoio familiar, buscou na fé um alento para dor que sentiu após perder dois filhos. “Foi a primeira dor, a primeira maior dor da minha vida: Perder o meu filho, ter que enterrar o meu filho em meio a um turbilhão de emoções e o que me ajudou muito a entender todo esse processo foi o não perguntar o porquê das coisas, já que essa resposta eu não teria. Sempre confiar em Deus e nunca questionar sobre suas decisões. A fé é o que nos move. A fé em que Deus nos dá a possibilidade de gerar uma vida e é a fé que me mantém em pé, mesmo depois de ter que enterrar dois filhos”, desabafa.

Entretanto, muitas vezes é necessário buscar apoio profissional para ajudar no processo de superação da dor da perda, sugere a psicóloga Daniele Pires Soares. “É superimportante também, além da sua rede de apoio, ter um contato profissional. Procure uma psicóloga, porque ela vai trabalhar de uma outra forma e vai r