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Projeto de transformar lixo de Irati em madeira biossintética avança mais um passo

Na última semana, a empresa Atena Engenharia Industrial, que fará o projeto, recebeu a licença ambiental prévia, do Instituto Ambiental do Paraná. A previsão é que a empresa possa iniciar efetivamente as atividades em 2020 em Irati

01/10/2019

Projeto de transformar lixo de Irati em madeira biossintética avança mais um passo

O projeto de transformar o lixo produzido em Irati em madeira biossintética está cada vez mais chegando próximo à realidade. Na última semana, a empresa Atena Engenharia Industrial – que fará o projeto no município – recebeu do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a licença ambiental prévia para poder se instalar.

Com o documento, a empresa deverá dar continuidade aos trâmites para a instalação e operação, sendo que o início das atividades está previsto para 2020. “O município será o primeiro no Paraná a processar o resíduo urbano com a tecnologia mundial. Só existem até agora processos instalados que aproveitam o resíduo industrial”, afirma o prefeito de Irati, Jorge Derbli.

Por ser um projeto inovador, houve demora para a liberação da licença pelo IAP. Mas na terça-feira (24), a licença foi entregue em um encontro na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), em Curitiba, onde estavam presentes o prefeito de Irati, Jorge Derbli, o secretário de Planejamento, João Antônio Almeida Junior, a secretária de Ecologia e Meio Ambiente, Magda Lozinski, o diretor-presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Everton Luiz da Costa Souza, e o deputado estadual Artagão Junior. A licença foi entregue pelo secretário do Meio Ambiente, Marcio Nunes.

Próximos passos

A Atena Engenharia Industrial deverá se instalar em um terreno no Condomínio Industrial, próximo à BR 153. No contrato com a empresa, o município deverá ceder o terreno e um barracão de 2.000 m² por 30 anos. Não deverá haver isenção fiscal.

Segundo o consultor da empresa, Mário Mayer, a partir do próximo mês deverão ser iniciados os trabalhos de adequação. “Os trabalhos de adequação no barracão cedido pela Prefeitura iniciam ainda em outubro/novembro deste ano. Então será aguardada a liberação de recursos para implantação da estrutura inicial. A primeira máquina deverá ser colocada em operação entre março e abril de 2020. E, a partir disso, será iniciada a operação em grande escala”, disse.

De acordo com a licença prévia expedida, o projeto a ser implantado em Irati será um projeto-piloto que seguirá alguns trâmites como “a Licença Prévia para localização do empreendimento, Licença de Instalação para a construção e instalação de equipamentos, uma Autorização Ambiental para desempenhar as atividades em conjunto com os estudos e análises da geração dos efluentes e emissões atmosféricas, visto não terem dados sobre os mesmos, para então a emissão de Licença de Operação, desde que todos os parâmetros solicitados na Autorização Ambiental sejam atendidos”. Somente com toda essa documentação, é que a empresa deverá iniciar os trabalhos.

Durante a assinatura do contrato no ano passado, o diretor da Atena, Walter Dias Junior, comentou um pouco sobre o processo para o início das atividades. “Com essa licença ambiental prévia concedida, o órgão financeiro que nos apoia libera os recursos. Com os recursos assegurados, nós partimos para a licença de instalação, ou seja, quando o órgão ambiental nos autoriza a construir a planta, também com outras condicionantes. E, ao final, existe a licença de operação, que é quando o órgão ambiental vai lá ver se tudo que se começou na fase de projeto de instalação foi cumprido”, explicou.

Investimento e empregos

A empresa Atena investirá R$ 18 milhões em Irati, em equipamentos inicialmente, e poderá ampliar para até R$ 30 milhões.

A expectativa também é que a empresa possa gerar empregos na cidade. Deverão ser até 50 empregos diretos criados inicialmente e cerca de 200 indiretos.

Projeto

A ideia do projeto foi apresentada pela Prefeitura de Irati no ano passado e foi inspirada em um projeto que já existe em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. A empresa Ekological Technologies desenvolveu a tecnologia que transforma o lixo em madeira biossintética e a empresa Atena Engenharia deverá implantar essa tecnologia no município.

A tecnologia consiste em transformar o lixo em um Composto Biossintético Industrial (CBSI), um pó que é inodoro e esterilizado. Essa substância se torna uma espécie de matéria-prima para diversos produtos, como a madeira biossintética.

Com a implantação da indústria em Irati, a coleta orgânica e seletiva deverá continuar no município. No entanto, o lixo que seria levado ao aterro sanitário, será levado à empresa, que fará a transformação do material.

O lixo será moído e secado, para depois ser descontaminado. Após esse processo, o material é levado para a primeira etapa, onde será transformado em Composto Biossintético. Esse produto será levado a uma segunda etapa, onde através de extrusão, um processo mecânico que moldará o material em um formato de chapas com aspecto e consistência de madeira, de alto valor comercial. A empresa também planeja transformar o Composto Biossintético, futuramente, em energia elétrica ou óleo combustível, para diminuir custos.

Uso do material

A madeira biossintética produzida pela fábrica poderá ser usada em decks, assoalhos, móveis de todos os tipos, containers, caixas e pisos, revestimentos diversos, e outros materiais. A expectativa é que consiga se aproveitar 50 toneladas por dia de lixo.

Em relação às cooperativas de reciclagem, a Secretaria de Ecologia e Meio Ambiente de Irati, destaca que o contrato prevê um repasse do material reciclado para as cooperativas.

Texto: Karin Franco, com informações assessoria PMI

Foto:1 – Divulgação

2, 3,4,5 - Arquivo/Hoje Centro Sul

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