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34º Rodeio movimentou Irati, que busca ser a Capital do Rodeio de Laço Comprido

22/07/2024

34º Rodeio movimentou Irati, que busca ser a Capital do Rodeio de Laço Comprido

O 34º Rodeio de Irati superou desafios climáticos para atrair um público diversificado de competidores e visitantes de várias partes do país, com destaque para um grupo de entusiastas de São Paulo, presença constante desde 1996. Por sua vez, no sábado (13), o prefeito Jorge Derbli abordou os desafios para o CT Willy Laars e pediu que as futuras gestões do município continuem investindo no espaço. Também destacou que Irati busca ser reconhecida pela Assembleia Legislativa do Paraná como a Capital Paranaense do Laço Comprido.  Já no domingo (14), uma homenagem a Toti Colaço marcou o Centro Administrativo do centro de tradições, agora renomeado em memória do ex-prefeito de Irati, que faleceu no mês passado

 

O CT Willy Laars foi palco do 34º Rodeio Crioulo de Integração, que aconteceu de 12 a 14 de julho, reunindo competidores e espectadores da região, além de apreciadores do evento vindos de outros estados do Brasil. Organizado pelos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) em parceria com a Prefeitura de Irati, o evento mais uma vez se mostrou um sucesso, mesmo com o clima frio e chuvoso, comum para esta época do ano no município.

A abertura do rodeio contou com o Baile de Patrão animado pelo grupo Os Mateadores na sexta-feira (12). Já o Baile de Peão aconteceu no sábado (13) à noite, comandado por Paulinho Mocelin.

As provas campeiras foram o destaque especial do rodeio. Aproximadamente 180 equipes, totalizando mais de 1.000 laçadores, competiram em diversas modalidades, mostrando habilidade e paixão pelo tradicionalismo.

Sucesso de público

A estrutura do CT Willy Laars projetada para receber o público demonstrou eficiência durante o evento. Apesar do clima chuvoso, os diversos investimentos realizados no centro de tradições garantiram que o grande público pudesse aproveitar o evento em uma área coberta.

Além do público de Irati e região, o rodeio atrai apaixonados de todo o país, que comparecem tradicionalmente todos os anos. Entre eles estão o cirurgião-dentista Ednei José Dias e João Carlos de Abreu, que trabalha na área de segurança, ambos da cidade de São Paulo. Desde 1996, eles e um grupo de amigos marcam presença anual no evento.

 “Viemos uma vez e gostamos. Eu já conhecia a cidade de Irati, mas eu não tinha participado do rodeio. Eu vim, gostei, fui chamando um amigo, chamando outro, um foi falando para o outro, o pessoal foi vindo e até hoje a gente vem todo ano só para o rodeio. A gente se organiza, folga no trabalho e vem”, conta Edinei.

Autodenominado “Os Piores do Mundo”, o grupo de amigos que já teve de quatro a vinte integrantes, não participa das provas de laço ou outras competições. Em vez disso, aproveitam o rodeio para interagir com os colegas da região e desfrutar dos dias de folga.

“A gente vem só para acampar, fazer o churrasco, tomar um ‘golinho’, ficamos com os amigos – e temos bastante amigos que a gente só vê só no rodeio. Um pessoal de Inácio Martins, das regiões aqui”, comenta Edinei.

Ele destaca como o evento e a cidade evoluíram ao longo dos anos e ressalta as melhorias na infraestrutura do CT Willy Laars e a hospitalidade dos moradores locais, que tornam a experiência de visitar Irati ainda mais agradável.

“O povo iratiense é muito acolhedor. Essa festa que é feita aqui, que hoje está bem melhor, cresceu bastante. Antigamente não tinha o asfalto, não tinha nada disso. Foi só melhorando. O churrasco que tem aqui, a carne que é muito boa, as companhias das pessoas é muito agradável, a conversa é muito boa também”, afirma.

Ednei compara o rodeio de Irati com os eventos similares em São Paulo, destacando as diferenças que tornam o Irati especial para ele e seus amigos.

“Em São Paulo não tem nada disso. O nosso rodeio lá é totalmente diferente. Principalmente que já paga para entrar. Lá paga para tudo, aqui não. Lá não tem isso de poder fazer um churrasco dentro do rodeio, não existe. Então são coisas diferentes que existem aqui na região que atraiu a gente”, conta.

João Carlos comenta sobre o alívio que eles sentem ao deixarem a agitação de São Paulo para trás e aproveitarem a tranquilidade de Irati. Ele considera até mesmo a possibilidade de se mudar para a cidade no futuro.

“A gente vive naquela loucura de trânsito e trabalho. Então aqui, além do rodeio ser muito aconchegante, a gente vem espairecer a mente. A gente curte a paisagem, o pessoal daqui é muito acolhedor, saímos um pouco daquela loucura da cidade grande que cansa. Quem sabe um dia eu venho morar aqui, estou pensando no assunto para depois que me aposentar”, avalia João Carlos.

Competidores de diversas regiões

O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho do Paraná (MTG-PR), José Haroldo Alves da Silva, considera que a participação dos competidores no rodeio foi expressiva.

“Graças a Deus que, mesmo com este tempo chuvoso e com frio, vimos todo mundo agasalhado e bonitinho, laçando sem problema nenhum. Um grande evento da cidade de Irati”, comenta.

O prefeito Jorge Derbli concorda com José Haroldo e enfatiza a resiliência dos competidores. “Os tradicionalistas não se abalam com o tempo ruim, estão sempre preparados com toda a estrutura necessária”, destaca o prefeito de Irati.

Derbli comenta que a infraestrutura precisou ser ampliada para acomodar todos os participantes das provas, incluindo equipes vindas de outros estados como Santa Catarina.

“Tivemos até que arrumar um local para alguns que vieram de Santa Catarina, de Caçador, e não tinha onde colocá-los. Até atrás da barraca da Prefeitura tivemos que improvisar, pois os espaços foram todos tomados. O rodeio foi um sucesso porque com a pista de laço coberta, a chuva não atrapalha em nada”, comentou Derbli.

Lucros serão divididos entre os CTGs

De acordo com o prefeito, o lucro do rodeio será repartido igualmente entre os 10 CTGs do município, repetindo o modelo dos anos anteriores.

Assim como em 2023, uma empresa foi licitada para comercializar os espaços dentro do CT Willy Laars. Para a prefeitura, fica o custeio do aluguel do gado, a confecção dos troféus e outras despesas. O saldo que é dividido entre os CTGs vem do valor obtido com as inscrições para a prova da Vaca Gorda, que foi realizada na sexta-feira, 12, explicou o prefeito em entrevista à rádio Najuá nesta semana.

“Desta inscrição, você tira um valor, que é o prêmio, e o saldo, depois de tudo isto, no final do rodeio, é repartido entre os 10 CTGs. A Prefeitura não visa lucro, não fica com nada, mas repartimos para os CTGs. No ano passado e no retrasado, por exemplo, cada CTG recebeu uma média de R$ 13,5 mil. Então, tivemos teoricamente um lucro de R$ 135 mil, dividido igual para todos os CTGs”, disse Derbli.

Provas artísticas não foram realizadas

Neste ano, não foram realizadas as provas artísticas durante o rodeio. Irati optou por não realizar a artística deste ano por já ter recebido o Rodeio Nacional em 2023. Além disso, o CTG Sentinela dos Pampas marcou a segunda etapa do circuito nos dias 13 e 14, em Medianeira, o que também inviabilizaria a realização das provas em Irati.

Desafios para o futuro

O prefeito de Irati comenta que, até o final do ano, Irati deve receber o título de Capital Paranaense do Rodeio de Laço Comprido. “Este título nos proporcionará uma facilidade para conseguirmos recursos nas questões de turismo e de futuros eventos que venham a acontecer. Eu já solicitei a alguns deputados e vamos ver se conseguimos este título para a cidade de Irati”, explica Derbli.

Ele solicitou também que as futuras administrações cuidem do parque de rodeios do Centro de Tradições (CT) Willy Laars. O pedido foi feito durante a abertura oficial do 34º Rodeio de Integração Cidade de Irati, realizada na noite de sábado (13), na pista de laço do CT.

“Espero que as próximas administrações cuidem deste parque com muito carinho e dedicação porque ele não é meu nem seu, mas sim de todos nós. Então, precisamos manter e, se possível, melhorar e ampliar, será melhor ainda”, finaliza.

Homenagem ao ex-prefeito Toti Colaço

Um dos momentos mais emocionantes do rodeio que aconteceu neste final de semana foi a homenagem ao ex-prefeito de Irati, Antônio Toti Colaço Vaz, falecido em junho. No domingo (14), o Centro Administrativo e Recreativo do CT Willy Laars foi renomeado em sua honra, com uma placa comemorativa colocada no local.

 Após a cerimônia, a viúva de Toti, Tani do Prado Colaço, expressou sua gratidão pelo reconhecimento. “Tenho certeza de que, onde estiver, ele vai estar feliz com esta homenagem que está recebendo no dia de hoje”, disse emocionada.

O projeto foi de autoria da vereadora Vera Maria Gabardo, aprovado por unanimidade pela Câmara na sessão do dia 09 de julho e sancionada pelo prefeito de Irati.

Inauguração de monumento na entrada do CT Willy Laars

Na manhã de sábado (13), uma estrutura metálica com peças de material reciclado em formato de cavalo foi inaugurada na entrada do CT Willy Laars. Segundo o prefeito de Irati, Jorge Derbli, a obra, criada por Fábio Siona ao longo de 11 meses, foi um presente para o município.

“Fica no portal do CT valorizando a arte e os artistas iratienses. Temos muitos que fazem vários trabalhos bonitos, e essa obra é um trabalho de muita dedicação, muito tempo, com muito carinho, e que vai marcar a entrada do portal do CTG Willy Laars, já que Irati está sendo reconhecida como a Capital Paranaense do Rodeio em Laço Comprido”, afirmou Derbli.

Fábio Siona explicou que Derbli conheceu seu trabalho há um ano e sugeriu alguns elementos adicionais na obra. “Há um ano, decidimos criar o projeto do cavalo. Depois de concluído, chamei o prefeito e resolvemos adicionar o peão e o boi também”, contou Fábio.

Lenon Diego Gauron e Letícia Torres

 

 

 

 

 

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