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Região Centro Sul pode colher mais de 660 mil toneladas de soja

Expectativa inicial de colheita é maior do que no ano passado; pouca chuva pode atrapalhar produtividade das lavouras

21/02/2020

Região Centro Sul pode colher mais de 660 mil toneladas de soja

Com a chegada de fevereiro, a colheita de soja começa a ser realizada no Paraná. No estado, cerca de 10% dos mais de 5 milhões de hectares já foram colhidos, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Já na região do Núcleo Regional de Irati, 8% dos mais de 180 mil hectares plantados também foram colhidos, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral).

A estimativa inicial de produção é de mais de 660 mil toneladas de soja na região Centro Sul, estimativa maior do que a do ano passado, de 623 mil toneladas. Com maior área plantada, 40 mil hectares, Teixeira Soares tem a produção prevista em 152 mil hectares, com rendimento de 3.800 kg/ha. Em seguida, vem Irati com produção de mais de 122 mil toneladas em uma área plantada de 34 mil hectares, tendo uma previsão de rendimento de 3.600 kg/ha.

Apesar do aumento na expectativa de produção, os próximos dias deverão ser decisivos para o resultado final. Isso porque a pouca quantidade de chuva pode influenciar na quantidade a ser colhida.

Em Irati, por exemplo, não choveu por uma semana, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até esta terça-feira (18), uma estação, localizada próxima do Colégio Florestal, havia marcado a última chuva na segunda-feira (10), tendo chovido somente 1,8 mm. Durante os primeiros 20 dias de fevereiro foram pouco mais de 18 mm de chuva registrada em Irati.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Municipal, Flávio Cardoso D’Angelo, é importante que nos próximos dez dias se tenham mais chuvas. “Muito da soja nesse momento, em função do ciclo dela, de ser um pouco mais longo - a que estaria plantada agora não são ciclos curtos - é um momento importante de que o clima venha a ter chuva, porque é o momento de enchimento de grãos. As demais sojas de ciclo curto, que já estão sendo plantadas, não tão afetadas”, explica.

Ele destaca que ainda não é possível prever se haverá menor produtividade ou não. “Vai depender do que acontecer nos próximos dez dias. Porque esse momento do ciclo da soja, ela gastou toda a sua energia para formar a planta e nesse momento ela precisa de água para que esses elementos formassem o grão, que é o enchimento de grão”, conta.

Do outro lado, o preço da saca de soja está favorável aos agricultores, com a saca de 60kg sendo comercializada a R$ 78. Segundo a Seab, a expectativa é que o Paraná continue a ser o segundo principal produtor brasileiro do grão, mas ao mesmo tempo, reconhece que o impasse comercial entre a China e os Estados Unidos segue como fator decisivo para as exportações.

Milho

Outra cultura de destaque na região é o milho. Cerca de 25% da primeira safra já foi colhida na região. Na região, mais de 35 mil hectares estão direcionados para a primeira safra da cultura. A produção prevista é de 306 mil toneladas.

Teixeira Soares e Irati são os maiores produtores. As estimativas iniciais apontam que com 7.700 hectares de área plantada em Teixeira Soares, a expectativa é de uma produção de 73 mil toneladas, com rendimento de 9.500kg/ha.

O município de Irati possui a maior área plantada da região, 7.800 hectares, mas deverá colher mais de 66 mil toneladas, com rendimento de 8.500 kg/ha, previsão menor que Teixeira Soares.

Conforme dados da Seab, na região, a saca de milho de 60kg está sendo comercializada em R$38. Mas o engenheiro agrônomo explica que em Irati, a saca pode estar sendo comercializada em até R$ 50. Na região, o milho é usado dentro das propriedades para a alimentação de animais. “O milho em Irati é importante que seja transformado em carne ou leite dentro da propriedade”, disse o engenheiro.

Porém, os produtores também comercializam o excedente com produtores de outros municípios. “Alguns produtores exportam esse milho para alguns municípios vizinhos que não tem produção de milho. Um exemplo é Inácio Martins que a maioria da área é de reflorestamento, então não tem cultura em grãos, por terem criações, por terem bovinos, aves, suínos e eles demandam da produção dos produtores de Irati. Essa comercialização é interessante que ela é feita diretamente, ela não passa por canal de comercialização, é entre os produtores mesmo”, explica.

Feijão

A primeira safra de feijão está praticamente toda colhida. 98% dos mais de 30 mil hectares plantados na região foram colhidos. A expectativa é que a produção feche com mais de 68 mil toneladas colhidas na região.

O município com maior área plantada é Irati, com mais de 12 mil hectares dedicados à cultura. A estimativa é que o município feche a colheita com mais de 26 mil toneladas.

Flávio destaca que o fornecimento de 46 sacos de sementes a produtores de Irati para a renovação genética das lavouras, com sementes mais resistentes a doenças, pode também trazer um impacto nos números. “O que foi importante esse ano para nós é que houve uma negociação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e da prefeitura municipal, junto à Emater e ao Iapar, e conseguiu junto ao Iapar sementes básicas e genéticas. 46 sacos dessas sementes que foram doadas ao município através do conselho, para que houvesse a renovação genética, com esse feijão que é da variedade tuiuiú. Feijão preto de qualidade. Foi algo que provavelmente vai impactar a safra de 2020/2021”, explica.

Texto: Karin Franco

Fotos: Arquivo/Hoje Centro Sul

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