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Festival Denise Stoklos encanta público iratiense

Programação do 1º Festival Internacional Denise Stoklos de Solo Perfomance terminou no domingo (02) com evento no Clube Polonês

07/12/2018

Festival Denise Stoklos encanta público iratiense

Vários dias dedicados à arte e ao solo performance. Essa foi a proposta do 1º Festival Internacional Denise Stoklos de Solo Performance ocorrido na última semana em Irati, e que teve seu encerramento neste domingo (02), no Clube Polonês.
A extensa programação começou já na terça-feira (27), com espetáculos e abertura de uma exposição em homenagem aos 50 anos de carreira de Denise Stoklos. O festival seguiu nos demais dias com apresentações de espetáculos, mostras de documentários no Cine Clube, oficinas e palestras com os atores. Ainda durante a semana, aconteceu uma programação com palco aberto na Rua da Cidadania, onde quem quisesse poderia se apresentar.
Para a atriz Denise Stoklos, o festival movimentou a cidade em todos os níveis. “Como iratiense me deixa muito feliz, de termos escolhido fazer aqui em Irati, e perceber o quanto realmente movimenta a cidade, o quanto reanima, o quanto esperamos tornar aqui um polo de teatro, um polo performance, como tantas cidades que se identificam com algum estilo de expressão, que a nossa cidade se identifique por esse. E que já aqui nessa primeira edição, mostrou tanta variedade, tanta diversidade, tantas pessoas de diferentes níveis, trazendo diferentes resultados. Nunca uma coisa só, tudo igual, mas justamente, as diferenças que são o que fazem a gente crescer”, destaca.
 

Infantil


Um dos destaques na programação foi a atenção ao mundo infantil. Um dos primeiros espetáculos foi o Teatro para Crianças, apresentado pela Denise Stoklos, onde ocorreu uma leitura sobre a história do teatro para crianças, adultos e idosos. “No dia seguinte, essa oficina para crianças, onde a busca não é fazer um teatro recitativo, repetitivo, ensinado por adultos e que a criança tenha que repetir como se fosse um adulto pequeno. E sim, onde a criança dela vem à tona, onde ela participe de um teatro experimental porque aí que reside a criatividade e é aí que pode a chama se manter acessa para próximas oportunidades, ou até ocorrerem as próximas oportunidades de experiências como essa”, conta Denise.
O olhar para as crianças  foi motivado por Denise relembrar sua infância onde havia dificuldade de acesso ao teatro. “Acho fundamental que a criança iratiense, que eu já me vi como uma, possa ter esse acesso. E foi muito legal, foi maravilhoso, a disponibilidade das crianças, a apresentação que elas fizeram, tudo extremamente simples, para não ser nada complicado, e tudo muito espontâneo, muito belo”, elogia.
Para Edson Silva, um dos produtores locais, a experiência teatral com as crianças pode ajudar a formar futuramente um público apreciador do teatro. “Eu tenho plena certeza que a Denise está pensando na formação de plateia, porque temos várias atividades para o adulto, mas nem sempre o adulto está sensível a essas atividades porque a escola - não culpando os professores -, mas toda uma estrutura não os preparou”, relata.
 

Troca


Outro destaque da programação foi o intercâmbio de experiências e inspirações que ocorreram em diversos eventos. A cada dia, o público assistia a um espetáculo e podia participar de oficinas ou palestras, onde os atores conversavam sobre suas inspirações e seus processos criativos. 
“Nós vemos em cena uma obra de arte - claro que há aquela parte que é sua, de você interpretar, de você entrar na obra -, mas é muito importante também conversarmos com o artista, porque o artista vai falar de seu universo, ou seja, quem são os modelos, ele se inspirou em quem, porque ele resolveu fazer aquilo”, destaca Edson.
O ator argentino Diogo Starosta, que apresentou seu espetáculo em espanhol “Informe Para Uma Academia: Um Ato Teatral De Diego Starosta”, elogiou a ideia. “Acho muito interessante, para as pessoas que tomam parte do festival. Eles podem ter uma abordagem um pouco mais profunda com a proposta. Não é só o espetáculo, não é só uma oficina. Acho que é uma ideia super legal. Por exemplo, você vê meu espetáculo e depois você pode entrar um pouco mais profundo. Isso para mim é um acerto muito grande do festival, da organização”, conta.
Além do aprofundar a proposta do espetáculo, Diogo lembrou que o festival também ajudou a trazer uma troca cultural. “Além das bandeiras, dos territórios, o importante é o intercâmbio entre as diversidades. Quer dizer, é importante o território e as bandeiras, mas no sentido de alguém, de um outro de outro lado, um outro de outra região, de outra cultura, outra visão, mesmo que nós temos muita coisa em comum, mas nossas culturas são muito diferentes. Sempre o encontro com o outro, um 'Outro' com maiúsculo como se diz em português, eu acho que é o mais rico”, destacou.
Público
A participação do público durante os dias do festival chamou a atenção da organização. Para Denise, o festival mostrou que Irati pode receber um festival deste tamanho. “Está sendo um impacto ver o quanto a cidade de Irati está pronta para receber um evento dessa natureza e como ela recebe bem. Isso só pode ser bom para todos, para o progresso da cidade”, conta.
Para Edson, a surpresa veio, principalmente, na participação da programação do Cine Clube que tinha programações iniciando às 23h e entrando madrugada adentro. “Todas as atividades culturais que fazemos em Irati tem público e o público foi muito bom. O público correspondeu, mas volto a insistir, a minha surpresa foi o Cine Clube, porque o dia que saímos mais cedo do Cine Clube foi uma hora. E tinha público”, conta.
A moradora de Irati, Katia Alessi, participou do festival todos os dias e conta como foi estar no evento. “Conversei com várias pessoas que residem aqui ou que vieram de fora e todo mundo ficou maravilhado tanto com a produção, como com a qualidade dos espetáculos. Tudo de altíssimo nível, tão enriquecedor isso para nós, porque nós não temos isso aqui na nossa região. Então um festival desta proporção, deste quilate, nós ficamos boquiabertos e queremos mais e mais”, afirma.  
Luiza Nelma Fillus, presidente da Fundação Denise Stoklos e uma das produtoras locais, ressalta a importância do festival para Irati.
“Representou uma nova era, pois agora nós já temos o modelo, um formato, nós podemos melhorar, fazer mais atividades, mais apresentações, porque agora nós temos que, para o próximo ano, que este festival continue”.

Encerramento no Clube Polonês


O último dia do festival contou com a apresentação de dois espetáculos: a solo performance de Danilo Dal Farra, que interpretou “Humano Invaso – Demonstração Poética do Corpo”, e também, a apresentação do espetáculo “Virgínias”, interpretado pela atriz Daniela Biancardi.
À noite, o encerramento contou com a participação de Diana Taylor, através de videoconferência, com tradução simultânea para o português e linguagem de Libras.  Diana Taylor é professora na Tisch School of Arts da New York University, nos Estados Unidos e é  diretora fundadora do Instituto Hemisférico de Performance e Política, além de estudiosa e apreciadora do trabalho de Denise Stoklos.

Texto: Karin Franco

Fotos: Daniela Carvalho/Divulgação

 

 

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