09/10/2018
Aconteceu na última quarta-feira (03), na Casa dos Conselhos em Irati, uma reunião com representantes da prefeitura, empresários e a Associação Comercial e Industrial de Irati (Aciai). Uma das pautas debatidas foi o uso da Rua da Cidadania, local criado em Irati para a realização de eventos culturais.
Durante a reunião, os presentes falaram sobre a possibilidade de dividir o local. Foi sugerido que o município e a população utilizassem o local para eventos em determinados horários e dias. No restante dos dias, em que não estivesse sendo usado para iniciativas culturais, a rua receberia fluxo normal de veículos. “A proposta foi abrir uma via para passagem de veículos, uma via de mão única, para o trânsito de veículos pequenos com uma velocidade baixa,” explica Dagoberto Waydzik, secretário de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo de Irati e também presidente da Comissão Municipal de Trânsito.
Segundo Dagoberto, a rua ainda está disponível para receber eventos. Nenhuma mudança de estrutura foi realizada no local. “Não foi mudado a estrutura da via, simplesmente foi feito uma faixa demarcatória e paralisamos as obras devido a um impasse”, diz.
Dagoberto aproveitou a oportunidade para se desculpar com o conselho por não ter feito um aviso prévio sobre as mudanças. “Foi até uma ‘mea culpa’ nossa, de ter falta de comunicação com o Conselho de Cultura, porque nós também temos a Secretaria de Cultura, tem as outras secretarias, então nós fizemos uma obra para passar de um lado um veículo somente. Quando tiver qualquer evento será fechada a rua novamente”, disse.
Marcia Izabela Proceke, membro do Conselho de Cultura, argumentou durante a reunião que o espaço era utilizado não somente em eventos oficiais, mas também para ensaios de diferentes atividades culturais. A conselheira demonstrou preocupação em utilizar o espaço com o local aberto para a passagem de carros, visto que a maioria dos grupos que usa o local é composto por crianças. “Não tem como eu ir ensaiar com a rua liberada para carros. Fica perigoso”, disse.
Alternativas para resolver o impasse
Para sanar esse problema foram sugeridas duas soluções. A primeira é que a Rua da Cidadania tenha horário de tráfego de veículos liberado somente durante o dia, permitindo assim que os ensaios aconteçam normalmente durante a noite. Outra sugestão citada na reunião foi de fazer um levantamento de todos os usuários da Rua da Cidadania e permitir o tráfego de veículos nos demais horários em que o espaço não seja utilizado. Isso aconteceria através de ofício realizado anteriormente solicitando o local.
Ao final da reunião, o Conselho de Cultura decidiu realizar um levantamento dos grupos culturais de Irati que utilizam o espaço, a fim recolher informações e opiniões de outros grupos culturais. O objetivo é que as decisões sobre a Rua da Cidadania sejam tomadas em conjunto. A votação será realizada na próxima reunião do conselho.
Relembre o caso
A Rua da Cidadania foi criada através da Lei Municipal nº 3.763/2013, com a finalidade de servir como espaço cultural e turístico. Quando foi construída, a Rua da Cidadania ocasionou o fechamento da Travessa Frei Jaime, entre as ruas Coronel Emílio Gomes e Alfredo Bufrem. A construção impediu a circulação de veículos no local.
Desde então, diversos eventos têm sido realizados, como festividades de Natal, eventos culturais e gastronômicos. Entretanto, a via não é usada para este tipo de atividade em tempo integral.
Em junho deste ano, a Aciai realizou uma reunião com empresários que possuem empreendimentos no local. A reunião resultou em um ofício pedindo para a prefeitura a abertura da rua para o fluxo de veículos. Em um comunicado, a entidade disse que solicitou a reforma. “A revitalização da Rua da Cidadania Frei Jaime foi um assunto levantado pela Aciai e empresários de Irati com o objetivo de fomentar a circulação de pessoas naquela rua”, dizia o comunicado. O pedido foi aceito pela Prefeitura da Irati, que iniciou no último mês as adaptações.
A divulgação das alterações gerou um protesto na Câmara Municipal de Irati por manifestantes contrários às mudanças. No dia, o presidente da Câmara, Hélio de Mello, disse em seu pronunciamento que a Casa não foi consultada e nem comunicada.
Texto: Silmara Andrade
Fotos: Silmara Andrade/Hoje Centro Sul